"Falta o reconhecimento público da importância do CINM"
Tânia Castro, representante da Mesa do Centro Internacional de Negócios da Madeira na ACIF, reage aos números que fazem manchete hoje no DIÁRIO
![Em Abril de 2012 foi lançado um projecto que visava unir os defensores pelas mais-valias do CINM. Foto Arquivo/Aspress](https://static-storage.dnoticias.pt/www-assets.dnoticias.pt/images/configuration/R/RS483289_12ABRI0036_16_mm0Yskh.jpg)
O Centro Internacional de Negócios da Madeira (CINM) tem todas as condições para ser um activo primordial no desenvolvimento económico da Madeira e o último ano e meio em que estamos em pandemia veio mostrar que, efectivamente, a Região é obrigada a diversificar a sua economia para não correr o risco de praticamente paralisar, quando o Turismo sofre um revês como o que vivemos.
Quem o afirma, por outras palavras, é a presidente da Mesa da Secção do CINM - Serviços, Tânia Castro, em reacção à manchete do DIÁRIO que hoje indica que a actividade das empresas no Centro Internacional de Negócios gerou 70% de todo o Imposto sobre Rendimentos Colectivos (IRC) cobrado na Madeira. "Tenho pena que este tipo de notícias não tenham também eco na imprensa nacional", começa por atirar.
"Nós, associados da ACIF e trabalhadores no CINM andamos há anos a apregoar e a informar as pessoas da importância vital do nosso Centro", justifica. "E essa importância reflete-se em todos os sectores: no Público pela arrecadação de impostos (como o artigo evidencia) mas também no Privado", garante.
"Não há custo fiscal nenhum para o Estado! O que há, na realidade, é a arrecadação duma fatia enorme nas receitas fiscais." Tânia Castro
A directora-geral da empresa de serviços TPMC vai mais longe. "O CINM gera emprego, negócio e atrai o investimento. Investimento este que não estaria na Madeira se não fosse o CINM – peço que isto fique esclarecido duma vez por todas: não há custo fiscal nenhum para o Estado! O que há, na realidade, é a arrecadação duma fatia enorme nas receitas fiscais. Valor este que , nesta altura do campeonato, leia-se Pandemia – é Vital para os cofres do Estado! É só fazer um exercício matemático, não é necessário mais do que isso…", argumenta.
Lamenta, contudo, que isso não seja reconhecido. "Custa-nos muito, ao longo de vários anos, andar a lutar por um sector que devia ser acarinhado por todos os Madeirenses", atira. "Mais, por todos os Portugueses! Lutar pelo direito a trabalhar, a criar riqueza, a dar trabalho a quem precisa; a ajudar a desenvolver a Madeira. É uma situação muito ingrata, tenho de reconhecer", lamenta.
Zona Franca gera mais de 70% do IRC
Empresas do Centro Internacional de Negócios da Madeira (CINM) contribuíram, em 2020, com mais de 180 milhões de euros para os cofres da Região
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"Mas não vamos desmotivar", assegura Tânia Castro. "Vamos continuar, com evidências, a mostrar que a Madeira precisa diversificar a Economia. Precisa encontrar outros caminhos em que não esteja totalmente dependente dum único sector". E acrescenta: "Ninguém nega a importância do Turismo, mas penso que estamos todos de acordo quando digo que o último ano e meio nos ensinou que economia nenhuma sobrevive só com um sector. Vamos aprender e fazer melhor. O CINM tem todas as condições para ser reconhecido como um sector de primordial importância para a economia da Ilha. Os números de vários anos, não só de 2020, já o ditam."
Por isso, garante, o que falta é "o reconhecimento público dessa importância". E mais, ressalva e questiona: "Falta o trabalho conjunto dos sectores públicos e privados- a trabalhar para o bem comum. Se com estas batalhas todas, o CINM consegue gerar 70% da receita em IRC para os cofres da Região, imaginem o que conseguiríamos atingir se não houvessem estas lutas , se todos trabalhássemos para o mesmo? A quantidade de emprego, investimento e consumo que conseguiríamos gerar?."
E conclui: "Esta manhã estava a ler que as últimas sondagens apontam para um aumento do desemprego na ordem dos 22,8% na Madeira. Nem imagino o desespero de muitas famílias neste momento. Deixo uma questão a quem de direito: Que vamos todos fazer quanto a isto?."