Madeira

Greve na Administração Pública nos 60%, diz STFP-RAM

Foto Arquivo/Aspress
Foto Arquivo/Aspress

A greve dos trabalhadores da Administração Pública estará a ter uma adesão de 60%, nomeadamente com maior expressão nas escolas da Madeira, garante o presidente da Direcção do Sindicato dos Trabalhadores da Função Pública da Região Autónoma da Madeira (STFP-RAM), Ricardo Miguel Frade Gouveia.

O sindicalista começou por explicar ao DIÁRIO que "apesar do contexto actual que vivemos de pandemia, está me causa uma greve totalmente fundamentada e legítima, tendo em consideração que após o período de austeridade e troika nós na Administração Pública co9ntinuamos a viver um clima de grande desalento, amargura e insatisfação, porque o Governo central tem-se recusado  a rever aspectos fundamentais da carreira que têm de ser revistos pela Assembleia da República., designadamente no que diz respeito ao aumento dos salários, à criação de uma carreira que dê alento, motivação e esperança aos trabalhadores que encarem a sua vida profissional com um rendimento razoável", apontou.

Para Ricardo Frade Gouveia também "há um problema cada vez mais grave e que até gera conflitos no seio da Administração Pública, que passa pela revisão da tabela remuneratória única, que tem vindo a ser esmagado pelo aumento do salário mínimo, em violação ao direito a uma remuneração profissional e equitativa nas mais diversas posições e carreiras da Administração Pública", justificou a paralisação de 24 horas. Mas, também, acrescenta, está em causa a revisão do SIADAP (Sistema Integrado de Avaliação de Desempenho da Administração Pública) e o fim das quotas, que é "muito desmotivador, que gera muitas injustiças e que tem grande influência, actualmente, nos reposicionamentos remuneratórios".

Numa greve que começou às zero horas desta quinta-feira e termina à meia-noite, ficaram de fora, "por razões atendíveis", os serviços da área da saúde. Por isso, "estamos satisfeitos" com a adesão, uma vez que após um levantamento efectuado de manhã a vários locais de trabalho onde o STFP-RAM tem associados, "constatamos que a greve na Madeira tem uma taxa de adesão que ronda os 60%, com uma grande incidência na área da Educação. Temos, sobretudo, nas escolas primárias e infantários, níveis de adesão que rondam o0s 60 a 70%, também nos serviços de limpeza e salubridade da Câmara Municipal (do Funchal) cerca de 70% e nas escolas secundárias, as chamadas escolas integradas, temos uma adesão que ronda os 50%".

Para o sindicalista estes são números que, "no  contexto actual, revela que os trabalhadores estão indignados e que exigem as mudanças que forem necessárias efectuar e com urgência", conclui.