Embaixador norte-americano destaca Biden como Presidente que melhor conhece Brasil
O embaixador norte-americano para o Brasil, Todd Chapman, considerou esta terça-feira que Joe Biden é o Presidente dos EUA que melhor conhece o Brasil logo no primeiro mandato, numa conversa virtual sobre as relações bilaterais.
"Sou afortunado por ter um Presidente que conhece o Brasil melhor do que qualquer outro Presidente de primeiro mandato, provavelmente na história da nossa nação" disse Todd Chapman, que se tornou embaixador em Brasília em 2020, mas passou 12 anos no Brasil e já trabalhou ao serviço de seis Presidentes norte-americanos.
As considerações foram feitas hoje numa conversa virtual entre embaixadores para os dois países, promovida pela organização World Affairs Council of Atlanta.
Chapman recordou que Joe Biden foi "instrumental" na construção de pontes entre Brasil e EUA quando era vice-presidente, na administração de Barack Obama (2009 a 2017).
"Tive o privilégio, quando era chefe adjunto da missão dos EUA no Brasil, entre 2011 a 2014, de receber o então vice-presidente Joe Biden ao Brasil duas vezes, em 2013 e 2014. Ele foi instrumental para construir pontes com a então Presidente Dilma Rousseff, quando as nossas relações bilaterais estavam a sofrer tensões", considerou Chapman.
O diplomata norte-americano reconheceu que o vínculo bilateral entre o Brasil e Estados Unidos foi fortalecido no mandato do anterior presidente norte-americano, Donald Trump (2017-2021), que tinha uma relação próxima e estreita com o homólogo brasileiro, Jair Bolsonaro.
Com 12 anos de vida passados no Brasil, Todd Chapman disse que sempre testemunhou a cumplicidade entre o Brasil e Estados Unidos, mas que podia ser sempre fortalecida, o que aconteceu "muito" com Donald Trump.
No presente, Todd Chapman sublinhou serem necessários "construir relações institucionais" entre Governos, o que não depende apenas dos chefes de Estado, mas produz-se na administração regular e disciplinada entre ministros e outros representantes políticos dos dois países.
Já o embaixador do Brasil em Washington, Nestor Forster, sublinhou que "o caráter estratégico das relações bilaterais não muda com eleições e é maior do que partidos políticos".
Forster considerou que "relações próximas" entre chefes de Estado "podem ajudar e trazer um elemento de dinamismo", o que aconteceu nos últimos anos devido a Trump e Bolsonaro, contrariando uma "sensação geral" de que ao longo do tempo as relações entre Brasil e EUA "renderam menos do que o esperado".
Uma "base de valores comuns" é benéfica para prosseguir com agendas na defesa, educação, ciência, tecnologia, energia, ambiente e muitas outras áreas onde os dois países podem cooperar, acrescentou o embaixador brasileiro para os Estados Unidos.
Nestor Forster sublinhou que o "alinhamento" entre setores privados e Governos em ambos os países está nos melhores termos.
"Na minha experiência profissional, nunca vi um alinhamento tão bom entre setor privado, Governo federal do Brasil, com os nossos amigos norte-americanos no setor privado e Governo para construir mecanismos de mercado e abrir a economia", disse o embaixador brasileiro.
Sobre a área económica e relações comerciais entre os dois países, o norte-americano Todd Chapman disse que Brasil é um "mercado incrivelmente lucrativo para empresas americanas".
Os investimentos de companhias norte-americanas no Brasil situam-se em cerca de 145 mil milhões de dólares (118,5 mil milhões de euros), segundo o embaixador dos Estados Unidos e "o interesse de investidores no Brasil permanece muito alto" desde há décadas.
O capital de risco ("venture capital"), focado em pequenas e médias empresas com grande potencial de crescimento e riscos altos, é uma das modalidades de investimento mais atrativas para os investidores norte-americanos no Brasil, acrescentou Chapman, considerando que o "entusiasmo para o mercado brasileiro é imenso".