"Dia grande" de pequenos nadas
Boa noite!
O prometido "dia grande para a Madeira" fez-se de pequenos nadas. Que valem muito, porventura, não em si mesmos, mas mais pelas questões que lançam e pelas causas que sustentam.
. É gratificante perceber que passada quase uma semana os nossos apelos e constatações sobre ajuntamentos irracionais no dia dos festejos leoninos não foram tratados como “vómitos”. Afinal, houve quem evoluísse da razoabilidade apregoada para um temor legítimo e da culpabilização das forças de segurança para a assunção de responsabilidades intransmissíveis. Queremos todos o mesmo, embora possam sempre surgir narrativas que visam eliminar o mensageiro da equação dado o incómodo de ter que levar todas noites.
. É bom ter turistas ingleses de volta. E é bom ver os nossos lugares prontos para acolher quem nos escolhe por sermos seguros de nós mesmos, exemplares no combate à pandemia e atrevidos na promoção. Mas não gostei de vê-los com descontração a mais, sem máscara, nem cautelas.
. É animador saber que a batalha permanente contra o vírus também se faz com parcerias. Todos são chamados a fazer a sua parte. O apelo governativo que repetimos deve ser levado a sério: “Faça o seu teste rápido de antigénio nos postos aderentes e seja vacinado quando chegar a sua vez”.
. É um sinal dos tempos constatar que a política também pode ser um esforço de reconquista de confiança que se faz com a proximidade diferenciadora, a tal que não se limita a pedir o voto, mas apela à intervenção. No dia em que a obra do Hospital Central avança, cumprindo-se a promessa de governos e a união de esforços entre República e Região; no dia em que o PS lança o roteiro político regional com o qual tenta trabalhar as bases do programa autárquico do partido, num processo que vai durar 10 semanas e que envolve 10 temas, fica provado que a resiliência em nome de interesses colectivos e os contributos para a democracia participativa valem bem mais do que as queixinhas domésticas e do que os egoísmos, expedientes que repugnam quando uns e outros deviam estar empenhados em instalar uma nova forma de servir o eleitorado.
. É elementar que num momento susceptível de perda de lucidez, haja nível. Que comentadores de programas desportivos em canais de independência suspeita considerem o Nacional um clube de gente miserável e que, por isso, deva ser compulsivamente despromovido é algo intolerável. Mas bem mais questionável é que alguns tudo façam entre portas para que a família alvi-negra seja assim estigmatizada.
. É redundante lembrar que neste DIÁRIO há quem tenha como missão zelar para que este meio de comunicação social cumpra com a sua obrigação, a de ser “um órgão de comunicação social ao serviço de uma informação objectiva, independente e responsável, alicerçada na defesa dos interesses dos madeirenses e porto-santenses”. Mas somos obrigados a fazê-lo de quando em vez. Entendemos como legítimo que alguns comentadores da actualidade questionem sistematicamente a pertinência das notícias. Agora, achar que as rusgas da PJ a quem quer que seja não têm relevante interesse público é um atentado ao direito de informar.