Advogada estreia-se como candidata em São Vicente
A advogada Helena Freitas estreia-se como cabeça de lista do PS à Câmara de São Vicente porque considera que este concelho no norte da Madeira "precisa de mais e melhor".
"É a primeira vez que sou cabeça de lista e aceitei este desafio porque considero que o concelho de São Vicente precisa de muito mais e muito melhor", declarou a candidata à agência Lusa.
Militante do PS desde 2017, Helena Freitas considera que São Vicente é "um concelho que está desprovido de trabalho, de novas ideias, de progresso, de novas pessoas e praticamente está desértico em todos os níveis" e "precisa de uma mudança para melhor".
A candidata identificou vários problemas que vão merecer a sua atenção, como a falta de emprego, de novos mercados, de turismo, "porque São Vicente vive muito à base do mês de agosto, sendo vendida a imagem que o concelho vive desse mês, com as festas de verão" e "São Vicente é muito mais do que isso", apontou.
"Este concelho tem muita potencialidade seja no verão ou no inverno", afirmou a candidata socialista vincando haver "falta de captação do turismo porque, se houver desenvolvimento neste setor, vai ser possível criar mais emprego e ter a fixação de outras gentes".
Também considera existir "falta de desenvolvimento na agricultura" porque as pessoas não são cativadas para esta atividades.
Helena Freitas vinca que já tem "vários projetos" para implementar, caso seja eleita, enunciando ser necessário "criar novas possibilidades para trazer novas empresas para o concelho".
"Podemos criar uma agricultura mais sustentável, biológica, com novos produtos que podem captar novas empresas que os queiram rentabilizar e promover", indicou.
Ao nível do turismo, a cabeça de lista do PS fala da necessidade de "limpar as veredas, os caminhos reais [designação atribuída às principais vias terrestres construídas antes da implantação da República], identificá-los, promover algumas atividades para que os turistas consigam conhecer mais internamente o concelho".
Helena Freitas também quer apostar em medidas para "fazer com que os jovens queiram regressar ao concelho", o que poderia passar por aproveitar as potencialidades da Escola Agrícola existente no município, "que não está a ser utilizada da melhor forma", enfatizou.
Por isso, propõe "novos cursos nesta escola, que consigam captar a atenção dos jovens que queiram enveredar por áreas diferentes, que não sejam apenas de uma semana ou duas, mas mais intensivos e duradouros, permitindo que eles se fixem no concelho durante o tempo de formação".
A área social é uma das suas "preocupações", opinando que a atual Câmara Municipal "tem algumas intervenções, mas é preciso muito mais".
Para Helena Freitas, a falta de um lar de idosos, porque a estrutura existente em São Vicente "não tem as condições necessárias", apoios para colmatar a degradação de algumas habitações e a "costa marítima, cada vez mais desprotegida, o que coloca em perigo casas e terrenos", são outros aspetos que precisam de atenção.
"Estou confiante nestas eleições. Não posso dizer que vou ganhar porque não costumo "fazer prognósticos antes dos jogos". Mas vamos transmitir o nosso projeto, dar o nosso melhor e deixar que a população decida", concluiu.
Este concelho no norte da ilha da Madeira foi governado desde 1976 pelo PSD e nas autárquicas de 2013 passou para as mãos do movimento de cidadãos Unidos Por São Vicente. Em 2017, este movimento, contando com o apoio do PSD e CDS, elegeu a totalidade dos cinco vereadores que compõem a câmara, fruto dos 2.619 votos (79,20%) obtidos, sendo o PS o segundo partido mais votado com 439 votos (13,27%).
São Vicente tem uma superfície de 78,82 quilómetros quadrados, onde residem 5.723 pessoas (Censos 2011) distribuídas por três freguesias: S. Vicente, Ponta Delgada e Boaventura.
Para as eleições autárquicas deste ano, cuja data ainda não foi anunciada mas, por lei, têm de ocorrer em setembro e outubro, neste concelho foi também divulgada, até o momento, a candidatura de José António Garcês (PSD/CDS).