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Brasil soma 76.855 novos casos e aproxima-se de 16 milhões de infecções

Foto: EPA/Genival Paparazzi
Foto: EPA/Genival Paparazzi

O Brasil somou 76.855 novos casos de infeção pelo novo coronavírus nas últimas 24 horas e aproxima-se de 16 milhões de infeções (15.970.949) desde o início da pandemia, informou hoje o executivo.

Em relação ao número de mortes, o país sul-americano, com 212 milhões de habitantes, contabilizou 2.215 óbitos entre quinta-feira e hoje, num total de 446.309 vítimas mortais devido à covid-19.

Os dados fazem parte do último boletim epidemiológico divulgado pelo Ministério da Saúde do Brasil, o segundo país com mais mortos em todo o mundo e o terceiro com mais infeções, em números absolutos.

A taxa de incidência da doença em solo brasileiro aumentou hoje para 212 mortes e 7.600 casos por 100 mil habitantes, num momento em que a taxa de letalidade permanece em 2,8%.

Apesar de nas últimas semanas os índices de mortes e infeções terem diminuído ligeira e gradualmente no país, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) alertou hoje para um aumento dos casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS, na sigla em inglês) em oito das 27 unidades federativas do Brasil, o que, segundo especialistas, pode significar um recrudescimento da pandemia nas próximas semanas.

Mais de 90% dos registos de SARS no Brasil são decorrentes de infeções causadas pelo novo coronavírus.

Alegadas omissões cometidas pelo Governo de Jair Bolsonaro na gestão da pandemia são alvo de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) no Senado brasileiro, que envolve, entre outros pontos, o atraso na aquisição de vacinas contra a doença e a recomendação do uso de medicamentos sem eficácia contra a covid-19.

Uma das questões mais levantadas pelos senadores referem-se à aquisição do imunizante da Pfizer, laboratório com que o Governo brasileiro só firmou contrato para compra de vacinas em março de deste ano, mesmo após ter sido contactado várias vezes pela farmacêutica em 2020.

Na semana passada, o gestor da Pfizer para a América Latina, Carlos Murillo, afirmou na CPI que, em seis diferentes ocasiões, tentou, sem sucesso, vender o imunizante ao executivo de Bolsonaro.

O jornal Folha de S.Paulo revelou hoje um email enviado em 17 de março de 2020 pelo presidente mundial da Pfizer à chefia de gabinete da Presidência da República, apresentando medidas em andamento para ajudar no combate à pandemia.

O jornal teve ainda acesso a uma série de e-mails, enviados à CPI em caráter sigiloso, que mostram a insistência da Pfizer em negociar vacinas com o Governo brasileiro e a ausência de respostas conclusivas do Ministério da Saúde à proposta apresentada pela empresa no ano passado.

No intervalo de um mês, de 14 de agosto a 12 de setembro de 2020, quando o presidente mundial do laboratório mandou a carta ao Brasil com uma oferta de doses de vacina, pelo menos dez emails foram enviados pela farmacêutica discutindo e cobrando respostas formais do executivo de Bolsonaro, de acordo com a Folha de S.Paulo.

Bolsonaro, um cético em relação à gravidade da pandemia, chegou a criticar a Pfizer em dezembro passado, alegando que a empresa e outras farmacêuticas deveriam procurá-lo para vender vacina e não o contrário.

Numa outra ocasião, em conversa com apoiantes, Bolsonaro chegou a colocar em causa a segurança da vacina da Pfizer.

"Lá no contrato da Pfizer, está bem claro: nós [a Pfizer] não nos responsabilizamos por qualquer efeito secundário. Se você virar um jacaré, é problema seu", declarou Bolsonaro em dezembro de 2020.

A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 3.432.711 mortos no mundo, resultantes de mais de 165 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.