Sociedade Portuguesa de Hipertensão lança campanha de sensibilização nas farmácias
A Sociedade Portuguesa de Hipertensão (SPH) e as Farmácias Portuguesas lançam na segunda-feira uma campanha de sensibilização que tem como objetivo levar os portugueses a medir a sua tensão arterial.
A campanha, denominada "A Hipertensão não pode usar Máscara", assinala o Dia Mundial da Hipertensão e vai decorrer até 24 de maio em todas as farmácias portuguesas.
O coordenador da campanha, o cardiologista Manuel Carvalho Rodrigues sublinhou à Lusa a importância desta ação num cenário de pandemia, "que teve efeitos negativos no controlo dos níveis de tensão arterial dos portugueses".
Segundo o cardiologista, a covid-19 fez com que se "deixasse para trás e, de alguma maneira, para o esquecimento patologias como a hipertensão arterial, que tem consequências graves como o acidente vascular cerebral e o enfarte do miocárdio que, quer se queira quer não, continuam a ser a principal causa de morte em Portugal".
O coordenador explicou que esta campanha de sensibilização irá funcionar de duas formas: "Irá dar respostas a quem nunca mediu a tensão arterial e a quem andava a ser acompanhado pelo médico e deixou de conseguir controlar os valores".
A campanha é, por isso, dirigida a toda a população, especialmente quando se tem em conta que um quarto dos portugueses não sabe os seus valores de tensão arterial, o que é considerado preocupante.
A hipertensão "é uma patologia silenciosa, geralmente sem qualquer sintoma" e Manuel Carvalho Rodrigues defendeu que os portugueses "podem fazer muito" para evitá-la, embora haja uma "tendência natural para os valores aumentarem com a idade".
"Devem ter cuidados no estilo de alimentação, o que passa sobretudo por limitar o sal. O desporto é um complemento neste campo, mas não é essencial. Se não há tempo para fazer exercício, tirem simplesmente o sal das refeições porque é mais fácil, vantajoso e tem melhores resultados", explicou.
De acordo com dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), as doenças cardiovasculares representavam 29,9% do total de óbitos a nível nacional em 2019, constituindo a primeira causa de morte em Portugal.