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Israel intensifica ataques contra Gaza e barrica cidades

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EPA/ALAA BADARNEH

Israel intensificou os ataques em Gaza e várias cidades estão barricadas após confrontos entre judeus e árabes, no momento em que o conflito israelo-palestiniano entra no quinto dia de violência.

Apesar dos apelos internacionais para a travar a escalada de violência, o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, voltou a avisar que o seu exército infligirá "graves reveses" ao movimento islâmico xiita Hamas.

"Eles estão a pagar caro. E vão continuar a pagar. Isto ainda não acabou", disse Netanyahu, comentando o aumento dos bombardeamentos israelitas sobre a Faixa de Gaza.

Entretanto, na Cisjordânia, território ocupado por Israel há mais de 50 anos, os confrontos fizeram mais uma dezena de mortes, a maioria por balas reais disparadas por militares israelitas, que fizeram mais de 150 feridos.

"Já não víamos confrontos e manifestações desta dimensão desde a segunda Intifada", disse um militar palestiniano.

As explosões provocadas pelos bombardeamentos de Israel são visíveis a quilómetros de distância, deixando quarteirões em ruínas no enclave palestiniano, onde cerca de dois milhões de pessoas estão concentradas.

"Estou mais assustado hoje do que durante qualquer outro período da escalada. O barulho dos mísseis israelitas é terrível", disse Dima Talal, uma estudante de 17 anos que vive em Gaza.

Perante os disparos dos tanques israelitas concentrado ao longo de Gaza, cercado por uma densa barreira, centenas de pessoas fugiram das suas casas e encontraram refúgio em prédios da ONU.

Entre os alvos israelitas, estão a rede de túneis subterrâneos que permite a movimentação de combatentes e líderes do Hamas, que continuam a lançar 'rockets' contra cidades israelitas, fazendo disparar sirenes, particularmente no sul do país.

Israel também está a lutar numa outra frente: a escalada do conflito com o Hamas espoletou diversas manifestações que estão a provocar confrontos entre judeus e árabes em várias cidades.

Esta noite, em Lod, judeus e árabes estão a preparar-se para a quarta noite de recolher obrigatórios e as autoridades temem novos confrontos e estão a pedir à população para doar sangues, para a eventualidade de haver um número elevado de feridos nos hospitais.

Entretanto, o conflito está a ganhar uma dimensão internacional, com relatos de disparos de três 'rockets' desde a Síria e com ameaças de retaliações por parte do Governo do Líbano, pela morte de um seu cidadão que hoje atravessou a fronteira para Israel para se juntar a uma manifestação de apoio à causa palestiniana.

Desde segunda-feira, o conflito matou mais de 120 palestinianos, incluindo 31 crianças, e fez mais de 900 feridos na Faixa de Gaza, de acordo com o mais recente relatório das autoridades palestinianas.

Em Israel, nove pessoas foram mortas, incluindo uma criança e as autoridades já contabilizaram mais de 560 feridos.