Arranca construção de casas definitivas para deslocados em Nampula
O INGD - Instituto Nacional de Gestão e Redução do Risco de Desastres moçambicano anunciou hoje o arranque das obras de 300 casas de materiais tradicionais em Nampula, norte do país, para deslocados da violência armada em Cabo Delgado.
As 300 casas para o realojamento definitivo dos deslocados, de um total de 500 previstas, estão a ser construídas no centro de realojamento de Corrane, na província vizinha, a sul do conflito, segundo explicou Luísa Meque, presidente do INGD.
A responsável falava à margem de uma visita ao centro de realojamento que alberga um total de cerca de 3.000 pessoas, mais de metade das quais (1.800) são crianças.
"Estão a ser erguidas casas em que [as famílias] poderão ter uma maior proteção contra o vento e a chuva", num processo que conta com a participação dos deslocados, referiu.
A província de Nampula, onde se refugiou parte da população de Cabo Delgado, fugindo aos conflitos armados, alberga cerca de 64 mil deslocados, segundo dados avançados pelo INGD.
Grupos armados aterrorizam Cabo Delgado desde 2017, sendo alguns ataques reclamados pelo grupo 'jihadista' Estado Islâmico, numa onda de violência que já provocou mais de 2.500 mortes segundo o projeto de registo de conflitos ACLED e 714.000 deslocados de acordo com o Governo moçambicano.
Um ataque a Palma, junto ao projeto de gás em construção, em 24 de março, provocou dezenas de mortos e feridos, sem balanço oficial anunciado.
As autoridades moçambicanas anunciaram controlar a vila, mas o ataque levou a petrolífera Total a abandonar o recinto do empreendimento que tinha início de produção previsto para 2024 e no qual estão ancoradas muitas das expectativas de crescimento económico de Moçambique na próxima década.