Boas intenções
Na reunião presidencial em de Ancara entre Recep Erdogan (RE) da Turquia, Ursula Von der Leyen (UL) da CE e Charles Michel (CM) do Conselho Europeu vimos pela TV como UL foi impedida de sentar-se junto de RE e de CM e relegada para um sofá onde se sentou como ela própria disse “magoada e sozinha”. Um incidente premeditado em linha com o abandono pela Turquia da Convenção de Istambul cujo objetivo é prevenir e eliminar a violência doméstica, promover igualdade de género e obrigar os governos a adotar leis para punir abusos, incluindo estupros conjugais e mutilação genital feminina. Se a atitude insultuosa e discriminatória de RE não surpreende, tal não se poderá dizer de CM ao prosseguir na reunião como se nada de anormal se tivesse passado, quando devia ter cedido o seu lugar na poltrona junto de RE a UL ou então sentar-se ao lado dela no sofá. CN nada fez pactuando com uma situação de ultraje às mulheres e à própria UE. CM é o paradigma dos burocratas ineficazes que “governam” a UE persistindo em ignorar os reais problemas que continuam a afligir povos e países que a integram, mais preocupados em gerir as suas agendas políticas aproveitando o mediatismo proporcionado pelos cargos que desempenham. Um exemplo o impacto negativo da insularidade na mobilidade na RAM e que continua por resolver. A Cimeira Social do Porto alinhavou mais um rol de intenções no combate ao desemprego, à pobreza e exclusão social na UE, ignorando que isso depende de mais empresas viáveis e capazes de gerar riqueza para ser redistribuída, pondo em prática políticas para alavancar novos tipos de investimentos consignados sobretudo à economia verde, para que os mesmos sejam economicamente viáveis e gerem novos empregos e riqueza, definindo com clareza onde é curial investir para colmatar as debilidades económicas da UE, inclusive as que a pandemia pôs em evidência. Apregoar a “transição digital” em curso há décadas, ou a “descarbonização”, não passam de slogans de boas intenções.
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