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Açores completam vacinação a maiores de 60 anos na próxima semana

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Os Açores deverão ter, até ao final da próxima semana, vacinadas contra a covid-19, com pelo menos uma dose, as pessoas com mais de 60 anos, anunciou hoje o Governo Regional.

"Na próxima semana, ficarão [vacinados] todos com idade igual ou superior a 60 anos", disse o secretário regional da Saúde e Desporto, Clélio Meneses, numa conferência de imprensa, em Angra do Heroísmo.

Segundo o governante, até ao final desta semana, deverão ficar vacinados todos os açorianos com mais de 63 anos (excluindo os que recusaram a vacina), estando prevista uma evolução semanal "de forma estratificada".

"Até aos 63 anos esta semana, até aos 60 na próxima semana e, na semana seguinte, esperemos chegar aos 55 anos", salientou, acrescentando que continuam também a ser vacinadas as pessoas com determinadas patologias e de determinados setores de atividade.

Foram já administradas nos Açores 91.979 doses de vacinas contra a covid-19 a 60.703 pessoas, das quais 31.276 com duas doses.

"Este processo já está em ritmo bastante acelerado. Ainda ontem, em São Miguel, foram vacinadas 1.273 pessoas. É um número bastante significativo. Passamos a casa dos 1.000 já de forma regular", salientou Clélio Meneses.

O governante disse que os Açores estão a entrar num "momento decisivo de combate à pandemia", com um incremento da vacinação, mas apelou à adesão da população.

"A taxa de recusa depende de ilha para ilha. Temos informação de que na faixa etária que está a ser vacinada na vila de Rabo de Peixe houve uma taxa de recusa significativa. São taxas de recusa preocupantes, na medida em que é um meio de proteção que não é aproveitado para podermos combater a pandemia", frisou.

Questionado sobre o facto de o arquipélago da Madeira, que tem uma população semelhante à dos Açores, já ter administrado 112.364 doses de vacinas contra a covid-19, o governante disse que o processo nos Açores "tem uma complexidade diferente".

"A Madeira é uma única ilha em que o processo é administrado de uma forma mais facilmente homogénea. Os Açores são nove ilhas com diferentes processos, ao nível daquilo que é o envio das vacinas, a administração das vacinas, os recursos disponíveis em cada ilha e agora com esta necessidade que temos tido de homogeneizar etariamente a vacinação", justificou.

"Algumas ilhas reduziram a velocidade da vacinação, no sentido de equilibrarmos para que todas elas tenham as vacinas adequadas àquilo que são as necessidades e as vulnerabilidades que são um critério fundamental para a vacinação", acrescentou.

Clélio Meneses anunciou ainda que Pedro Monjardino, açoriano, licenciado em Direito, "com vasta experiência em processos complexos de administração e gestão logística a nível internacional, na área dos transportes e na área da saúde" será contratado, através de uma "prestação de serviços", como coordenador logístico do processo de vacinação.

"Tendo em conta o número de vacinas que estão a chegar, a intensidade, a exigência e a complexidade do processo em nove ilhas, é preciso que haja uma pessoa com experiência na área que trate só disto", justificou.

Questionado sobre o custo desta contratação, o secretário regional da Saúde disse que o vencimento terá um "valor aproximado" ao do presidente da Comissão Especial Acompanhamento da Luta Contra a Pandemia, acrescentando que será "seguramente muito menos do que os três milhões de máscaras que estão fechadas no armazém", referindo-se a material de proteção individual adquirido pelo anterior executivo com defeitos.

Natural da ilha Terceira, Pedro Monjardino foi diretor do projeto de implementação de um serviço regular de transporte marítimo entre os portos de Moçambique e representante da organização não governamental Médicos do Mundo no mesmo país.

Os Açores têm atualmente 206 casos ativos de infeção pelo novo coronavírus que provoca a doença covid-19, dos quais 197 em São Miguel, cinco nas Flores, três na Terceira e um Santa Maria.

Desde o início da pandemia foram diagnosticados na região 5.126 casos de infeção, tendo ocorrido 4.765 recuperações e 31 mortes. Saíram do arquipélago sem terem sido dadas como curadas 79 pessoas e 45 apresentaram comprovativo de cura anterior.