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Desilusão e resignação entre peregrinos impedidos de entrar no Santuário de Fátima

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Entre a desilusão e a resignação, muitos peregrinos acompanharam as celebrações da peregrinação aniversária de Fátima no exterior do recinto do santuário, na noite de quarta-feira, por não terem conseguido garantir um dos 7.500 lugares disponíveis.

"Mesmo não estando lá dentro, o nosso coração está ao pé da Nossa Senhora", disse à agência Lusa Domingas Rodrigues, da Cova de Moura, enquanto decorriam as celebrações, presididas pelo cardeal Tolentino Mendonça.

Depois de um dia de trabalho, Domingas Rodrigues e as amigas meteram-se numa carrinha e saíram em direção a Fátima, esperançadas em conseguir entrar no recinto e ocupar os círculos pintados no chão para os peregrinos.

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"Estivemos à espera de uma e de outra e acabámos por chegar um pouco atrasadas. Ficámos desiludidas, mas trazemos a nossa fé. Entregámos a Nossa Senhora o que nós trazemos e ela vai-nos ouvir", afirmou, confiante.

Anualmente, o grupo de amigas desloca-se à Cova da Iria "umas cinco ou seis vezes" e, só este mês, já é a segunda vez.

"É sempre que sentimos necessidade de partilhar as nossas dores com ela", justificou.

Tolentino Mendonça pede que crise sanitária não seja crise de esperança

O cardeal Tolentino Mendonça alertou hoje para as outras crises decorrentes da pandemia de covid-19, como a precarização do trabalho e a pobreza, e pediu para que esta não seja uma crise da esperança.

António Pinto, de Valongo, também chegou a Fátima acompanhado de um grupo de sete amigos, carregando uma imagem de Nossa Senhora de Fátima nos braços, ao longo de 220 quilómetros percorridos a pé.

O cenário com que se deparou numa das entradas do recinto do santuário, com centenas de pessoas com velas acesas e a rezar, não lhe agradou.

"Não conseguimos entrar, mas reparámos que há muitos lugares por ocupar lá dentro. Deviam ter deixado entrar mais pessoas", considerou.

Visita do papa é oportunidade para a economia local

O bispo de Leiria-Fátima, António Marto, mostrou-se hoje esperançado que a visita do papa Francisco a Fátima, em 2023, seja uma oportunidade para a economia local, que foi fortemente afetada pela pandemia.

António Pinto já fez 44 peregrinações desde os seus 28 anos: "no ano passado vim em maio e em outubro e agora estou cá em maio e trago esta mãe comigo nos meus braços".

Aos 60 anos, o que pede à Virgem de Fátima é "amor e paz no mundo", mas admitiu que as suas promessas já se ficaram a dever a interesses "mais egoístas", como salvar a mulher ou permitir-lhe ser pai.

"A mãe tem-me dado muitas graças e estarei cá para lhe agradecer sempre enquanto puder", garantiu.

Também Denise Sequeira e Maria da Luz, da Póvoa de Santa Iria, ficaram do lado de fora do recinto, sentadas a ouvir as celebrações através de uns auscultadores.

Esgotada lotação de 7.500 peregrinos no Santuário de Fátima

O Santuário de Fátima atingiu às 20:25 a lotação máxima de 7.500 pessoas, estabelecida devido à pandemia de covid-19, disse à agência Lusa fonte oficial da instituição.

"Não contávamos que enchesse, porque ontem (terça-feira) não estava quase ninguém. Não se via ninguém em Fátima", contou Maria da Luz.

O recinto do santuário atingiu às 20:25 de quarta-feira a lotação máxima de 7.500 pessoas, estabelecida devido à pandemia de covid-19, segundo fonte oficial da instituição.

Em 2020, devido à pandemia, a peregrinação de 12 e 13 de maio ao Santuário de Fátima realizou-se sem fiéis, o que aconteceu pela primeira vez na história do templo mariano.

Na peregrinação de outubro não tinha sido atingido o limite estipulado de 6.000 pessoas.