Madeira

Estranha razoabilidade

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Boa noite!

A forma leviana como foi gerida a comprovada violação do recolher obrigatório na Madeira é inexplicável.

Tanto poder como oposição revelaram estar ao nível dos irracionais da bola, fingindo desconhecer que no quadro da “calamidade” decretada e em vigor, por causa da pandemia, havia ordens expressas e públicas contra as excepções que, como foram ignoradas, convinha ao menos remediar impactos. Custava muito recomendar, como fez a DGS, medidas de controlo efectivo daqueles que festejaram em bando e sem máscara, obrigando-os a fazer testes e a ter redobrada atenção aos sintomas nos próximos dias?

O Governo Regional teve o dia todo para se redimir da ridicularização a que foi sujeito na noite da véspera, mas só se ouviram banalidades. Que na noite de terça-feira houve "alguns excessos" no Funchal durante os festejos dos adeptos do Sporting toda a gente viu. Que quando comparado com Lisboa aqui "foi o paraíso", era o que faltava se não fosse, dada a obrigação de recolher às 23h, que para muitos só ocorreu depois da meia-noite. Mas que depois da asneiradas toleradas tenhamos que “ser razoáveis” só pode ser auto-crítica.

Como a saúde pública foi posta em causa e a irresponsabilidade deve ter consequências, era expectável que alguém tivesse o bom senso de legitimar o que decide. Como não o fez, deve estar preparado para os efeitos do mau exemplo e da incapacidade de agir em nome do bem comum.

Não contem connosco para o branqueamento de actos ilícitos graves, para a desculpabilização da marginalidade, para a democratização da impunidade e para culpabilização de quem executa ordens. Se houver danos decorrentes do desrespeito pelo distanciamento social e não uso de máscara, desta vez, enviem a factura a todos quantos realmente prevaricaram e que, em certos casos, não são os eufóricos adeptos que se limitaram a aproveitar a permissividade.