Portugal terá Verão muito melhor este ano
O comissário europeu da Economia estima que a temporada turística de verão em Portugal e na União Europeia (UE) seja "muito melhor" este ano face a 2020, embora ainda sem "regresso completo à normalidade" relativamente aos turistas estrangeiros.
Falando em entrevista à agência Lusa e outros meios europeus em Bruxelas, no dia em que a instituição divulgou as suas previsões económicas da primavera, Paolo Gentiloni observou que, "para Portugal, a época turística [de verão] é absolutamente essencial, não só porque o turismo é importante e é importante em vários países europeus, mas em particular em países como Portugal ou a Grécia o mercado do turismo internacional é [...] fundamental".
"E podemos dizer que, de acordo com as nossas estimativas, teremos uma temporada turística muito melhor do que no ano passado", acrescentou o responsável europeu pela tutela da Economia.
Ainda assim, Paolo Gentiloni realçou que neste verão "ainda não haverá um regresso completo à normalidade".
"Talvez ainda tenhamos algumas restrições, especialmente nas ligações e voos internacionais, mas tendo tudo em conta penso que, finalmente, podemos dar algumas palavras de esperança a um dos setores mais afetados das nossas economias, ou seja, o turismo, e especialmente ao nível internacional", destacou o comissário italiano.
A Comissão Europeia reviu hoje em baixa o crescimento económico esperado para Portugal este ano, apontando agora para 3,9%, quando em fevereiro esperava 4,1%, números ainda assim vistos como "muito bons" por Paolo Gentiloni.
"A economia portuguesa irá crescer novamente a partir do segundo trimestre de 2021, à medida que as medidas para conter a pandemia de covid-19 são gradualmente relaxadas", lê-se no texto sobre Portugal nas previsões económicas de primavera conhecidas hoje.
No documento, o executivo comunitário assinala que "a recuperação no turismo ganhará velocidade no terceiro trimestre de 2021", embora salientando não se esperar "que o setor tenha atingido o seu nível pré-pandemia no final do horizonte de projeções", ou seja, em 2022.
Paolo Gentiloni frisou, nesta entrevista à Lusa e outros jornais europeus, que para tal contribui também o certificado sanitário para facilitar a livre circulação na UE em altura de pandemia.
"Penso que um instrumento como o certificado verde é extremamente importante e o trabalho aqui está a correr bem, tanto tecnicamente, como no diálogo com o Parlamento e, por isso, penso que estamos prontos para ter isto a funcionar na linha temporal que foi acordada", adiantou o responsável.
Em causa está a proposta legislativa apresentada pelo executivo comunitário em meados de março para a criação de um certificado digital para comprovar a vacinação, testagem ou recuperação da covid-19, um documento bilingue e com um código QR que deve entrar em vigor até junho para permitir a retoma da livre circulação na UE no verão.
Em meados de abril, os Estados-membros da UE aprovaram um mandato para a presidência portuguesa do Conselho negociar com o Parlamento Europeu a proposta de implementação deste certificado verde digital, que a assembleia quer que seja designado de "certificado covid-19 da UE".
No final de abril, foi a vez de a assembleia europeia adotar a sua posição negocial, passo após o qual arrancaram as negociações interinstitucionais, que ainda decorrem.
Na terça-feira, a secretária de Estado dos Assuntos Europeus, Ana Paula Zacarias, disse em Bruxelas que as negociações entre a presidência portuguesa do Conselho e o Parlamento Europeu em torno do certificado sanitário para facilitar a livre circulação estão a "correr muito bem".