Filipe Sousa quer "deixar marca física" em Santa Cruz
O presidente da Câmara de Santa Cruz, a única governada pelo Juntos Pelo Povo (JPP) na Madeira, recandidata-se a um terceiro mandato para concretizar um conjunto de projetos que deixem uma "marca física" da governação do partido.
"Há aqui todo um trabalho iniciado [em 2013] que está a ser concluído agora. Outros que foram iniciados e têm uma projeção de vários anos. E era precisamente isso que gostaria de concluir no próximo mandato", disse Filipe Sousa à agência Lusa.
O autarca santa-cruzense, um técnico administrativo com 56 anos, começou a sua caminhada política na presidência da junta de freguesia de Gaula, em Santa Cruz, o concelho contíguo a leste do Funchal, em 1997, saindo das hostes socialistas.
Em abril de 2009, criou o movimento de cidadãos independentes, o JPP, para concorrer às autarquias e conseguiu acabar com a maioria absoluta que o PSD sempre detivera no concelho.
Quatro anos depois (2013), o JPP venceu as eleições com maioria absoluta, ao eleger cinco dos sete elementos da vereação, tendo PSD ficado com dois elementos.
Em janeiro de 2015, o JPP foi reconhecido como o 21.º partido nacional pelo Tribunal Constitucional.
Nas autárquicas de 2017 reforçou a sua implementação, assegurando seis lugares no executivo camarário e a governação das cinco juntas de freguesia que compõem o município: Santa Cruz, Gaula, Camacha, Santo da Serra e Caniço.
Filipe Sousa, que é também o presidente do JPP, considera "importante falar desta caminhada", recordando que o primeiro mandato serviu para "consolidar, em termos financeiros a Câmara Municipal de Santa Cruz, organizar a parte administrativa e toda a estrutura municipal".
No mandato que está a terminar, o JPP "consolidou e reforçou a aposta no social, com mais de 12 programas que foram implementados, desde a recuperação de imóveis, apoios a pequenas cirurgias, à aquisição de medicamentos, ajuda ao setor agrícola, sobretudo de subsistência", destacou.
"Em 2021, temos um investimento superior a 4 ME derramados por todos estes programas sociais", declarou.
Filipe Sousa apontou que, paralelamente, foi dada "uma atenção muito especial no aproveitamento de fundos comunitários, para investir na vertente ambiental, perdas de água e eficiência energética".
"É esse trabalho que está agora no terreno. Estamos a apresentar um forte investimento e a preparar o concelho para uma reorganização de todos os centros urbanos", um projeto que já foi desencadeado na freguesia da Camacha e será alargado às outras localidades.
O responsável municipal sublinha que "gostaria de deixar uma marca física, algo que no futuro marcasse a presença do JPP, e essa marca está na reorganização urbanísticas nos centros de todas as freguesias", reforçou.
O cabeça de lista vincou que "tudo foi um trabalho programado e estruturado, algum já está a ser concretizado neste momento e a sua conclusão prevê-se para 2025/2026", apontou.
Filipe Sousa enfatiza ser uma "pessoa otimista por natureza" e confia na população do concelho, porque anda "na rua de cabeça erguida", ironizando: "Até agora não tive ninguém que me atirasse pedras, no bom sentido, claro".
O candidato admite aguardar "com expectativa que as pessoas voltem a depositar a confiança no JPP e deem a procuração necessária o executivo continuar a desenvolver o concelho".
Sobre os adversários que vai enfrentar nesta corrida eleitoral, enfatizou que não se preocupa com as pessoas em si, admitindo, "às vezes, ter receio das máquinas que estão por trás, com campanhas de desinformação que tentam denegrir a imagem dos outros".
Santa Cruz é o concelho que divide com o de Machico a porta de entrada da região, o Aeroporto da Madeira -- Cristiano Ronaldo, tem uma superfície com 81,50 quilómetros quadrados, no qual residem mais de 43 mil pessoas (Censos 2011).
Neste concelho estão também anunciadas as candidaturas de Brício Araújo (PSD/CDS), Nuno Morna (Iniciativa Liberal) e Mafalda Gonçalves (PS).
A data das eleições autárquicas ainda não foi marcada, mas por lei, têm de realizar-se em setembro ou outubro.