Madeira

Madeira tinha 12 mil pessoas à espera de cirurgia há 10 anos, hoje tem 17 mil

No Canal Memória de hoje reveja uma notícia que teve destaque no DIÁRIO de 9 de Abril de 2011

None

Na edição de 9 de Abril de 2011, o DIÁRIO revelou que havia um total de 11.974 utentes inscritos nas listas de espera para cirurgias do Serviço de Saúde da Região (SESARAM). As maiores listas de espera eram para Serviços de Cirurgia Geral e de Otorrinolaringologia, duas especialidades que somavam mais de metade do total de doentes inscritos para cirurgias.

Na altura, os números eram considerados preocupantes, porque a taxa regional em termos de utentes em espera para cirurgias era quase três vezes superior à taxa média registada no Serviço Nacional de Saúde (SNS). No final de 2010, o número de portugueses inscritos em listas de espera para cirurgias no SNS ascendia a 161.621, o que significava uma taxa de 1,5 em cada cem habitantes. Na Madeira, os 12 mil doentes em espera representavam uma taxa global de 4,8 por cento.

Na mesma reportagem, o secretário geral do Sindicato Independente dos Médicos, Carlos Arroz, afirmava estar “muito preocupado” com a situação: “Se no continente ficamos todos alarmados com os mais de 160 mil doentes em espera para cirurgias, num universo de quase 11 milhões de habitantes, na Madeira haver 12 mil doentes em 250 mil habitantes é muito mais alarmante. Isto significa que praticamente 5% dos madeirenses estão inscritos numa lista de espera. Ou seja, a realidade na Madeira é absolutamente caótica”.

Já em Janeiro de 2011, o então director clínico do SESARAM, Miguel Ferreira, admitia que o baixo número de cirurgias era uma realidade regional e explicava que a pior média diária de cirurgias do país advinha directamente do número insuficiente de anestesiologistas a trabalhar na Região. Aquele médico acreditava que, se fossem abertas duas vagas por ano para formação em Anestesiologia, dentro de alguns anos os indicadores em termos de número de cirurgias melhorariam francamente.

Hoje, dez anos depois, a previsão de melhoria da situação não se confirmou, bem pelo contrário. De acordo com dados oficiais do SESARAM, no final do ano 2020, havia 17.249 utentes à espera de cirurgia, ou seja, um aumento de 44% (mais 5.275 utentes) face ao indicador de há uma década.

Descarregue aqui duas páginas do DIÁRIO de 9 de Abril de 2011 e recorde esta e outras notícias de há 10 anos.