Justiça será feita
O dia 9 de Abril de 2021 vai marcar para sempre a história de Portugal.
Um juiz madeirense teve nas mãos o processo que decidiu se um ex-Primeiro-Ministro ia ou não a julgamento.
No momento em que eu escrevo ainda não sei qual é a decisão. Seja ela confirmar que os indícios de crime são fortes para avançar para julgamento ou que os argumentos hollywoodescos do Eng. José Sócrates foram convincentes o suficiente para provar a sua inocência, o resultado será sempre vergonhoso para o país. Principalmente para um país democrático, desenvolvido e civilizado, defendem os mais patriotas. E ingénuos já agora.
Este processo será sempre vergonhoso porque ou ficaremos com a sensação, mais uma vez, que a justiça funciona de forma diferente para os ricos e poderosos, ou então, teremos pela primeira vez um ex-Primeiro-Ministro a responder por crimes de corrupção e outras coisas.
Não há maneira do Eng. José Sócrates escapar do julgamento, dizem os crédulos. Para os mais cépticos, a certeza já não é tanta. Do primeiro grupo fazem parte a generalidade dos portugueses; do segundo, os advogados.
Dizem que o juiz Ivo Rosa escreveu mais de 6.000 páginas para fundamentar a sua decisão. A juntar a isto, um jornalista do Observador fez as contas e escreveu que a Operação Marquês pode terminar, talvez, em 2036.
Pesando os prós e os contras, eu diria que é melhor deixar o caso por aqui. Salva-se o meio ambiente com menos papel desperdiçado, salva-se a nossa paciência e salva-se outro embaraço de andar a falar por mais 15 anos de um presumível ex-Primeiro-Ministro corrupto.
Justiça será sempre feita. Se é aquela que o povo português espera é outro assunto.
T. S.