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Polícia usou "força letal" desproporcionada

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Um especialista que testemunhou no julgamento do assassínio de George Floyd, nos EUA, disse hoje que o polícia Derek Chauvin usou "força letal" desproporcionada durante a detenção do afro-americano.

Durante os mais de nove minutos em que ficou imobilizado, com o pescoço debaixo do joelho de Derek Chauvin, George Floyd "estava deitado de bruços, estava algemado, não tentava escapar ou resistir", explicou Jody Stiger, agente policial de Los Angeles e especialista no uso da força pelas autoridades, que concluiu que a ação do ex-polícia foi desproporcional.

"Um polícia só pode usar um nível de força proporcional à gravidade do crime ou ao nível de resistência do indivíduo à polícia", disse o especialista, admitindo que George Floyd tinha "resistido ativamente" quando a polícia o tentou sentar na traseira de uma viatura policial, alegando que era claustrofóbico.

"Nesse momento, o uso da força justificou-se, para o fazer obedecer à polícia. Mas, quando ficou no chão, de barriga para baixo, aos poucos ele parou de resistir e os agentes deveriam ter parado de usar a força", concluiu o especialista ouvido em mais uma sessão do julgamento, que pretende determinar se Derek Chauvin é culpado de homicídio ou homicídio agravado na morte de Floyd.

Jody Stiger também sugeriu que Derek Chauvin abusou da força usando uma técnica chamada "obediência através da dor", que envolve torcer os dedos e a mão de George Floyd para impedi-lo de se mover, enquanto este já estava algemado.

Derek Chauvin, de 45 anos, é acusado de matar George Floyd em 25 de maio em Minneapolis, mantendo o joelho no seu pescoço por mais de nove minutos, um drama que gerou uma onda de indignação contra o racismo e a violência policial nos Estados Unidos.

Chauvin declara-se inocente, alegando ter seguido um procedimento consistente com o seu treino para subjugar um suspeito que resiste, enquanto o seu advogado garante que o afro-americano morreu de overdose.

Na segunda-feira, o chefe da polícia de Minneapolis, Medaria Arradondo, reprimiu o seu ex-agente, dizendo que ele "violou as regras e valores" da polícia, durante a ação de detenção de Floyd.

As audiências do julgamento de Chauvin devem continuar por mais duas semanas e o veredito dos jurados não é esperado antes do final de abril.