FMI pede prudência face a dívida pública mundial muito elevada
A diretora-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kristalina Georgieva, pediu hoje prudência às instituições públicas face a uma dívida pública mundial "muito mais alta do que antes da pandemia".
"Entrámos na pandemia com níveis altos de dívida e evidentemente que após um ano e cinco meses, a dívida cresceu muito mais", assinalou Georgieva que falava numa conferência organizada no âmbito das reuniões do FMI e do Banco Mundial.
"Isso acontece porque a receita pública caiu significativamente e a despesa não parou de subir", acrescentou.
Na sua intervenção, Georgieva afirmou que quase 60% dos países pobres encontra-se numa situação de "emergência" em relação aos níveis de endividamento devido à pandemia de covid-19.
Na sua opinião, o ritmo de vacinação nestes países é muito baixo o que aprofunda ainda mais as diferenças em relação a outros países.
A economista-chefe do FMI, Gita Gopinath, também se referiu aos níveis de endividamento na conferência de imprensa em que apresentou as previsões do FMI para a economia mundial.
"Os responsáveis políticos devem continuar a apoiar as suas economias enquanto enfrentam um espaço político mais limitado e níveis de dívida mais elevados do que antes da pandemia", advertiu.
Nesse sentido, a economista disse que todos os países devem "aderir aos mais elevados padrões de transparência da dívida" para ajudar a conter os custos dos empréstimos e reduzir a dívida e reconstruir as reservas para o futuro.