Madeira

‘Baltazar Dias’ acolhe outra sessão das ‘Conferências do Teatro, Madeira de A a Z’

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É já na próxima quarta-feira, 7 de abril, pelas 18 horas, que acontece mais uma sessão das ‘Conferências do Teatro, Madeira de A a Z’, evento que será transmitido em directo na página de facebook do Teatro Municipal Baltazar Dias. 

'A Antroponímia Primitiva da Madeira (Séculos XV e XVI)' é um dos temas e será desenvolvido por Naidea Nunes. O  estudo da antroponímia primitiva da Madeira inclui antropónimos de povoadores portugueses, de estrangeiros e de escravos que se fixaram no arquipélago e é o resultado de uma dissertação de mestrado apresentada na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, em 1996. A investigação realizada baseia-se nas seguintes fontes documentais: Vereações da Câmara Municipal do Funchal (Século XV), Tombo Primeiro do Registo Geral da Câmara do Funchal, Livro dos Estimos do Ano de 1494, Livros de Contas da Ilha da Madeira (1504-1537) e Livros de Matrícula do Cabido da Sé do Funchal (1538-1558).

Destaca-se a importância dos nomes geográficos na antroponímia dos primeiros povoadores portugueses, como um instrumento valioso para o conhecimento da história do povoamento do arquipélago da Madeira, nomeadamente sobre a origem geográfica dos povoadores portugueses e que permitem determinar a proveniência regional destes, através da antroponímia e da sua relação com a toponímia continental. O Dicionário Chorographico de Portugal Continental e Insular de Américo Costa foi a fonte mais utilizada para este trabalho. 

Os dados recolhidos contribuem para a discussão da origem geográfica do povoamento da ilha da Madeira. O estudo demonstrou que se registou o predomínio dos antropónimos dos povoadores com nomes geográficos que correspondem a topónimos da região setentrional de Portugal continental, mais especificamente da região de Entre Douro e Minho. Assim, coincidem com os resultados de estudos históricos e etnográficos realizados.

Depois, com o tema 'A Madeira na Crónica da Guiné de Eanes Gomes de Zurara', o orador Paulo Perneta vai explicar "de que forma a Ilha da Madeira aparece descrita na famosa Crónica dos Feitos da Guiné da autoria de Eanes Gomes de Zurara, que relata uma primeira fase da época dos descobrimentos, entre 1438-1448".

"Esta crónica foi encomendada pelo próprio Infante D. Henrique e, coincidentemente, exalta o Infante como o grande estratega e impulsionador de uma primeira fase dos Descobrimentos, levantando problemas quanto à imparcialidade do relato. Ainda assim, este documento continua a ser um dos poucos que relata este período obscuro da epopeia das descobertas portuguesas, e que merece ser estudado", lê-se no comunicado sobre a próxima sessão das 'Conferências de A a Z' enviado para a redacção.