Dinarte Fernandes recusa coligação em Santana e quer apostar no turismo
O atual presidente da Câmara de Santana, o centrista Dinarte Fernandes, que é cabeça-de-lista pela primeira vez nas autárquicas deste ano, recusou uma coligação com o PSD, e quer aprofundar políticas urbanísticas e apostar no turismo, como o DIÁRIO já tinha noticiado.
"Quero perceber se a população pretende ou não que eu continue à frente dos destinos da Câmara Municipal de Santana, agora, sim, indo a eleições e não num regime de substituição como tenho estado estes dois anos", disse o candidato à agência Lusa.
A Câmara de Santana, na costa norte da Madeira, é o único município da região governado pelo CDS-PP, partido que em 2013 acabou com a maioria que o PSD sempre detivera naquele concelho.
Dinarte Fernandes substituiu, em 2019, o então chefe do executivo municipal, Teófilo Cunha, quando este passou a integrar o Governo da Madeira, de coligação com o PSD, no qual exerce o cargo de secretário regional do Mar e Pescas.
"Aceitei o desafio [de encabeçar a lista] em primeiro lugar por respeito ao trabalho que foi desenvolvido pelo anterior presidente do município, Teófilo Cunha", declarou, referindo que o antecessor "conseguiu devolver à Câmara de Santana o respeito, a credibilidade e também uma certa pujança, em termos de investimento, que já não se via há muitos anos".
"Portanto, é natural que eu queira agarrar nessa herança positiva que o Teófilo Cunha me deixou", sublinhou.
O autarca referiu que chegou a ser indicado pela comissão política concelhia de Santana do PSD como candidato numa coligação CDS/PSD-PP nestas autárquicas, mas decidiu avançar em listas próprias: "Não aceitei [a coligação], porque acho que há um dever de lealdade e respeito para com os eleitores. As pessoas sabem distinguir os momentos eleitorais", argumentou.
CDS confirma Dinarte em Santana e distancia-se do PSD
Conforme noticia hoje o DIÁRIO na edição impressa, atritos estão a separar acordos entre centristas e social-democratas
Victor Hugo , 07 Março 2021 - 09:23
O candidato tem esperança de que nas autárquicas -- que ainda não estão marcadas, mas por lei devem realizar-se em setembro ou outubro -- os cidadãos "saibam distinguir o que é uma coligação no Governo Regional PSD/CDS daquilo que não deve ser em Santana".
"Em Santana não havia necessidade nenhuma de haver coligação", opinou.
O cabeça de lista, com 36 anos, que ainda não acabou a licenciatura em Direito na Universidade de Lisboa porque deu "prioridade à sua vida política", elegeu como um dos seus principais projetos "fazer de Santana um concelho apelativo do ponto de vista do investimento".
Para isso, apontou ser necessário desenvolver "um trabalho muito mais profundo, atento, rigoroso em termos de políticas urbanísticas, de revisão do Plano Diretor Municipal e um regulamento de taxas apelativo".
Dar mais atenção às potencialidades turísticas do município, alargando o trabalho já desenvolvido com as requalificações urbanísticas e dos miradouros, é outra prioridade, além de tornar a câmara "mais célere do ponto de vista administrativo na resposta aos cidadãos".
O autarca pretende "manter tudo aquilo que foi implementado" no município, como as medidas de apoio à natalidade, a devolução do Imposto sobre o Rendimento Singular (IRS) e o pagamento das creches, realçando que "ninguém paga creches no concelho de Santana".
Dinarte Fernandes, militante do CDS-PP/Madeira há cerca de 10 anos, natural e residente em Santana, afirmou que vai "respeitar os adversários" e que "a única decisão a aguardar é aquela que as pessoas vão tomar no dia das eleições".
O atual executivo de Santana é composto por quatro elementos, sendo três do CDS e um do PSD. Nas autárquicas de 2017, o CDS-PP consolidou a posição conquistada em 2013 e obteve 2.797 votos (60,46%), e o PSD 1.038 votos (22,44%).
O concelho de Santana abrange uma superfície de 95,56 quilómetros quadrados, é composto por seis freguesias ( Santana, São Jorge, Arco de São Jorge, Faial, São Roque do Faial e Ilha), nas quais residem 7.719 pessoas (Censos 2011).