Taiwan chora vítimas do maior acidente ferroviário do país em décadas
Familiares das vítimas do pior desastre ferroviário de Taiwan em décadas juntaram-se hoje no local do acidente para chorar os entes queridos, enquanto a autoridade mantém esforços para desencarcerar as carruagens.
O comboio, que transportava cerca de 480 pessoas, descarrilou-se à entrada de um túnel próximo da cidade costeira de Hualien, na sequência da colisão com o veículo não tripulado e cujo travão de emergência não terá sido acionado.
O acidente causou a morte de 50 pessoas, incluindo uma criança de quatro anos, e ferimentos em mais de 170, entre os quais dois japoneses e um residente em Macau.
O proprietário do veículo que colidiu com o comboio foi detido e libertado sob fiança depois de interrogado pelos juízes, com a indicação de não poder deixar o território enquanto se aguardam os resultados de uma investigação mais aprofundada às causas do acidente.
Cerca de uma centena de familiares participaram hoje numa emocionada cerimónia taoista, perto do local onde o acidente ocorreu, cantando os nomes das vítimas e improvisando memoriais.
As equipas de resgate descreveram um cenário terrível, revelando que quando entraram no túnel encontraram uma amálgama de chapas de metal.
"A carruagem número 8 sofreu os danos mais graves e foi onde ocorreu a maioria das mortes", disse aos jornalistas Chang Zi-chen, um dos elementos das equipas de resgate.
"Basicamente mais de metade da carruagem ficou destruída e os corpos encontravam-se empilhados uns sobre os outros", acrescentou, citado pela agência France-Presse.
Foram necessárias várias horas para que, na sexta-feira, as equipas de resgate conseguissem retirar todos os corpos.
Hoje a operação está centrada no desencarceramento e remoção das carruagens que estão a bloquear a única linha ferroviária na costa oeste de Taiwan, uma região montanhosa popular entre os turistas.
As autoridades estimam que necessitam de pelo menos sete dias para remover todos os destroços da linha, incluindo as carruagens.
Taiwan decidiu pôr as bandeiras a meia haste durante três dias em sinal de luto pelas vítimas.
O descarrilamento ocorreu quando o comboio entrava num túnel perto da cidade, esta sexta-feira, cerca das 09:30 locais (02:30, em Lisboa).