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Festival de Banda Desenhada de Angoulême adia encontro com o público para 2022

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O Festival Internacional de Banda Desenhada de Angoulême, em França, previsto para junho, foi cancelado por causa da pandemia, e a nova edição foi marcada para os dias 27 a 30 janeiro de 2022, anunciaram hoje os organizadores.

A organização do festival que se realiza tradicionalmente no final de janeiro, e que já tinha sido reagendado para os dias 24 a 27 junho, desistiu de realizar uma edição presencial este ano e decidiu marcar um encontro com o seu público no final de janeiro de 2022, como se lê num comunicado publicado na página de abertura do seu 'site'.

"Face à evolução do atual contexto pandémico, a realização de uma edição [com público] no próximo mês de junho - como foi previsto em novembro passado - obrigaria a renunciar a muitas das dimensões que sustentam a identidade e a razão de ser do festival, desde o seu início", escreveu a organização.

A decisão foi tomada pela direção do festival, com a Associação FIBD, que o fundou, e após consulta dos seus parceiros.

A 49.ª edição, como se lê agora no cabeçalho do 'site', está agendada para o final de janeiro, enquanto a 48.ª fica limitada à atribuição dos prémios.

O Grande Prémio da edição deste ano será anunciado em junho, garante a organização. Este prémio, o maior do certame e um dos mais importantes da banda desenhada mundial, recompensa uma carreira, tendo já distinguido autores como André Franquin, o criador de Gastão, Spirou e Fantasio, Will Eisner, Enki Bilal e Art Spiegelman. Em 2020 foi premiado o autor cómico Emmanuel Guibert.

Os vencedores dos prémios da 48.ª edição, para os quais esteve nomeada a publicação portuguesa "Pentângulo", de alunos e professores do Ar.Co - Centro de Arte e Comunicação Visual, foram anunciados no final de janeiro, na altura em que o festival se costuma realizar.

O prémio de melhor álbum foi para a edição francesa de "L'accident de chasse", dos norte-americanos Landis Blair e David Carlson, enquanto o prémio especial do júri foi para o britânico Steven Appleby, por "Dragman", e o prémio revelação foi atribuído à francesa Maurane Mazars, pelo álbum "Tanz!".

A antologia "The Thick Book of Kuti" foi eleita a melhor BD alternativa, batendo a publicação portuguesa, nesta categoria. Esta antologia reúne BD editadas entre 2006 e 2018 na publicação finlandesa Kuti Magazine, assinadas por 174 autores, entre os quais os portugueses André Lemos e Marcos Farrajota e os moçambicanos Rui Tenreiro e Sérgio Zimbra.

As regras atuais em França permitem a realização de festivais, no verão, mas com um limite máximo de público de 5.000 pessoas, sentadas e distanciadas.