“Esta é a maior crise das nossas vidas”, diz presidente da APAVT
“Ao contrário do que se possa imaginar, o momento da retoma é uma enorme armadilha para todas as empresas portuguesas”, alerta Pedro Costa Ferreira, presidente da APAVT – Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo.
O responsável fala de custos com um carácter “binário”, que ora não existem porque os trabalhadores se encontram em layoff, ora retomam em pleno com a reabertura das empresas. Assim “as receitas vão regressar lentamente, vamos ter problemas de tesouraria e já temos imensos problemas de recapitalização.”
Sendo que “Portugal depende do turismo e a Madeira é uma montra disso, porque depende ainda mais do turismo”, se “não tivermos o turismo activo e vivo no momento da retoma simplesmente não recuperaremos do ponto de vista macroeconómico”, assevera.
O presidente da APAVT afirma que “não é porque o Estado de Emergência desaparece que esta não é a maior crise das nossas vidas. É a maior crise das nossas vidas e vai levar tempo, e vai envolver grande esforço e um grande sacrifício de todos para a resolver.”
Pedro Costa Ferreira lembra que “em 2019 o sector das agências de viagens atravessava o melhor momento da sua existência, porque o turismo atravessava o melhor momento da sua existência”, mas que após os efeitos da crise de covid-19 espera-se que “haja mais falências do que o normal”. Ainda assim, “até agora, as agências de viagens têm resistido, à conta de apoios que são insuficientes, mas que têm sido imprescindíveis”, dos quais “o layoff é o maior exemplo.”
Resistem, contudo, também à conta de “perdas das empresas e perdas dos empresários, em Portugal Continental e na Madeira. De endividamento das empresas e de endividamento dos empresários”. Na sua opinião, “o esforço tem sido proporcional à crise e as agências têm resistido muito bem.” Mas, “não podemos pensar que na maior crise das nossas vidas, todos vamos ficar vivos. O que é essencial é que o maior número de empresas seja salva e é esse o objectivo comum.”
O presidente da APAVT encontra-se no primeiro dia de uma visita de dois dias à Madeira, com “uma intensa jornada de trabalho”, cujo primeiro ponto da agenda foi “visitar os nossos amigos da ACIF, os nossos representantes na Madeira”, na manhã desta quinta-feira.