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Boeing perde dinheiro há ano e meio mas espera recuperar com vacinas e 737 MAX

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A Boeing revelou hoje que perdeu dinheiro pelo sexto trimestre consecutivo, mas contrapôs que aposta na vacinação e no regresso das encomendas do seu aparelho 737 MAX para recuperar.

A pandemia "continua a dificultar o mercado a nível mundial", considerou o diretor-geral do grupo, Dave Calhoun, em comunicado, acrescentando que é de opinião que "2021 vai representar uma viragem para o setor, com a aceleração da distribuição da vacina" contra a covid-19.

No primeiro trimestre, a Boeing perdeu 537 milhões de dólares (443 milhões de euros).

A faturação baixou 10% em termos homólogos, para 15,2 mil milhões de dólares.

As vendas da divisão da aviação comercial recuaram 31% e as dos serviços aos clientes 19%.

Já as da divisão defesa, espaço e segurança progrediram 19%.

Para aquele resultado negativo também contribuiu uma perda de 318 milhões de dólares ligada ao Air Force One, como se designa o avião do presidente dos EUA.

A Being deveria ter entregue dois aparelhos com modificações, para responder aos desejos da Casa Branca, até ao final de 2024, mas teve de mudar um dos seus subcontratados.

Os problemas do 737 MAX, impedido de voar durante mais de dois anos, no seguimento de dois acidentes com mortes, começam a aliviar, deu ainda conta a empresa aeronáutica.

Depois das autorizações de vários reguladores no final de 2020, a Boeing retomou a entrega do seu aparelho vedeta e já forneceu mais de 85.

E em fevereiro e março registou mais encomendas de aviões do que anulações, o que acontece pela primeira vez desde novembro de 2019, graças a alguns contratos importantes, nomeadamente com a Southwest e a United Airlines.

Mas os problemas continuam. No início de abril, o fabricante aeronáutico pediu a 16 companhias para não fazerem voar 106 aparelhos, devido a um problema elétrico no 'cockpit'.

Acresce que a China, um grande mercado para a Boeing, ainda não autorizou o 737 MAX.

Pelo contrário, no final de março, a companhia retomou os fornecimentos do seu aparelho de longo curso 787 Dreamliner, que estavam suspensos desde há meses, depois da descoberta de defeitos de fabrico no verão passado.  

A retoma das entregas é importante, porque é nesse momento que os clientes pagam o essencial da fatura.

Calhoun espera que a Being apresente fluxos de tesouraria positivos em 2022.