“Conforto” visando 6.240 potenciais votos
O Ministro das Infraestruturas e Habitação (MIH) em entrevista à SIC, com a prosápia que lhe é reconhecida, informou que foram enviadas “cartas conforto” aos 6.240 trabalhadores da TAP que, para já, não serão despedidos. Deu igualmente conta que há cerca de 500 trabalhadores que serão despedidos de imediato e imagina-se o “desconforto” desses em face das cartas que receberam. Há qualquer coisa de profundamente mesquinho, hipócrita e populista neste procedimento do Governo do PS (Gov. PS), ao procurar tirar dividendos políticos de uma decisão de mera gestão empresarial que deveria ser analisada apenas à luz do único eventual benefício que uma medida desta natureza pode acarretar, salvar a empresa da bancarrota ainda que com o sacrifício dos postos de trabalho de muitos dos seus trabalhadores. Segundo o SITAVA desde Março de 2020 já saíram da TAP entre trabalhadores efetivos e com contratos a termo mais de 2.500 trabalhadores aos quais acrescerão os 500 agora referidos pelo MIH. O que está verdadeiramente em causa é se as medidas inseridas no plano do Gov. PS apresentado em Bruxelas para viabilizar a TAP, com a supressão de mais de 3.000 postos de trabalho, serão suficientes para recuperar a empresa. Os governos do PS são useiros e vezeiros em utilizar propaganda política para enganar os portugueses e esta das “cartas conforto” é disso mais um exemplo a juntar a outros como os milhares de milhões de euros em investimento público por executar que desde 2015 “ornamentam” os sucessivos Orçamentos de Estado nomeadamente na Saúde, na Ferrovia e na Floresta. O MIH resolveu enviar cartas a confortar os trabalhadores que não necessitam ser confortados pois irão manter os seus postos de trabalho, quando os que necessitam de conforto e sobretudo de um novo emprego são os trabalhadores despedidos. O Gov. PS o que pretende é “assegurar” uma espécie de “conforto” visando 6.240 potenciais votos nas próximas eleições autárquicas.
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