A cultura do medo
Boa noite!
Marcelo avisa que não hesitará em propor novo estado de emergência se necessário. Albuquerque alerta que se a situação se agravar toma as decisões que tiver de tomar.
Dois presidentes, a mesma ameaça, no mesmo dia: Portem-se bem, caso contrário voltam todos ao regime de privação social ou período de ócio remunerado, seja sob forma de prisão domiciliária ou de retiro espiritual.
Quem manda trata-nos assim, todos por igual, como bando de irresponsáveis, insensíveis à doença e à vida, aos milhões de casos e de mortes por todo o mundo.
Findo o estado de emergência, é bem provável que haja algum abandalhamento do desconfinamento, do recolher obrigatório e do distanciamento. Para que tal não descambe e prejudique quem quer viver a nova normalidade no respeito pelo que é elementar no combate à pandemia, reforcem a fiscalização, responsabilizem lideranças naturais, punam pedagogicamente os infractores incorrigíveis, arranjem base científica para algumas medidas restritivas, sejam coerentes, testem retomas por ambientes e não se riam das baldas que fomentam.
Bem dizia hoje Tolentino Mendonça que a pandemia não pode representar “apenas o triunfo do medo” e da ameaça do que pode acontecer. A manter-se este registo doentio de prevaricadores e de decisores dificilmente contaremos em tempo útil “todas as histórias de amor que estão a ser escritas”.