25 vítimas de violência sexual ajudadas pela APAV na Madeira
O abuso sexual de crianças é o crime mais praticado
A Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV) ajudou 25 crianças vítimas de violência sexual na Madeira nos últimos cinco anos, num total de 1.599 crianças em todo o país. As vítimas são sobretudo raparigas entre os 8 e os 17 anos. Nos Açores, a APAV apoiou 62 crianças vítimas dos mesmos crimes, entre 2016 e 2020.
Segundo os dados mais recentes do projecto Rede CARE — Apoio a Crianças e Jovens Vítimas de Violência Sexual, 1.599 crianças receberam o apoio especializado da APAV nos últimos cinco anos, 432 delas em 2020, um número que foi sempre aumentando anualmente desde a criação da rede em 2016.
No total, mostra o mesmo relatório, foram apoiadas simultaneamente 173 famílias e foram realizados 21.938 atendimentos.
As vítimas são maioritariamente raparigas (79,8%).
Houve 262 casos em que as vítimas tinham entre zero e sete anos, 450 vítimas com idade entre os 8 e os 13 anos, outras 577 com idade entre os 14 e os 17 anos, mas também 242 casos em que as vítimas tinham mais de 18 anos, além de outros 68 casos em que não foi possível apurar a idade da vítima.Por outro lado, nestes cinco anos houve 60 casos em que o agressor tinha menos de 15 anos, a maior parte com ilícitos através da internet, mas também algumas 'situações muito pontuais' de agressões sexuais físicas.
Os actos foram cometidos sobretudo em contexto familiar (51%), perpetrados pelo pai/mãe (18,5%), pelo padrasto/madrasta (12%), por outro familiar (8,2%) pelo tio/tia (5,3%), pelo avô/avó (4,6%) ou pelo irmão/irmã (2,3%).
Em contexto extrafamiliar (40,8%), foram cometidos por um conhecido (12,4%), desconhecido (7%), colega/amigo (6,3%), outra relação (5,3%), vizinho/a (4,4%), namorado/a / ex-namorado/a (3,0%), funcionário/a escolar (2,5%), funcionário/a actividades (1,2%);
O abuso sexual de crianças é o crime mais praticado (59,8%), seguido de importunação sexual (8,4%), abuso sexual de menores dependentes ou em situação particularmente vulnerável (7,0%); violação (6,5%); pornografia de menores (5,3)%; actos sexuais com adolescentes (4,1%); coacção sexual (3,2%); aliciamento de menores para fins sexuais (2,9%); abuso sexual de pessoa incapaz de resistência (1,2%); recurso à prostituição de menores (0,9%); lenocínio de menores (0,8%).
57,3% das vítimas sofreram o crime de forma continuada; 19,9% não continuada e 22,8% não foi possível apurar.
As Autoridades Policiais e os Tribunais receberam 76,4% das denúncias e em 13,3% das vezes, essa denúncia partiu da APAV.