Democracia
O móbil da “Revolução dos Cravos” em 25 de Abril de 1974 (RC) foi acabar com a guerra do Ultramar, libertar Portugal da ditadura do Estado Novo e restituir a liberdade e a DEMOCRACIA aos portugueses, não de esquerda do centro ou de direita, mas a todos os portugueses. Por isso mesmo dos canos das espingardas G3 saíram cravos vermelhos e não balas como alguns à altura pretendiam e outros ainda hoje continuam a achar que foi o que faltou para que o desfecho da RC em vez da DEMOCRACIA instaurasse uma outra ditadura. Os que a viveram recordam ainda hoje a enorme festa que foi o 1º de Maio de 1974 e a magnífica e ao mesmo estranha sensação de viver a liberdade, do convívio popular entre milhares e milhares de pessoas que queriam apenas e só expressar a sua alegria e gozar a magia daquele momento histórico. Há que relevar a extraordinária firmeza e sentido de missão, salvo raríssimas e desprezíveis exceções, dos militares que protagonizaram a RC que não permitiram nunca que os nobres objetivos que presidiram à mesma fossem desvirtuados por alguns oportunistas políticos que se perfilharam procurando adiantar-se às escolhas legítimas dos portugueses em eleições livres e democráticas. Passados 47 anos da RC parece às vezes que estamos “cansados” da DEMOCRACIA e por consequência da insubstituível e inestimável LIBERDADE que ela nos proporciona. Prova disso é o elevado e crescente nível de abstenção nos diversos atos eleitorais e que parece ser uma preocupação de somenos para quem nos governa. A DEMOCRACIA nunca nos desilude, o que nos pode desiludir são alguns dos seus atores políticos (AP). Só que a DEMOCRACIA somos todos nós e não se restringe a esses AP ainda que dela façam parte. A DEMOCRACIA é como uma árvore que precisa de ser devidamente podada e tratada para dar bons frutos. A poda e o tratamento da DEMOCRACIA faz-se votando nas eleições. A abstenção é o mesmo que deixar a árvore à mercê dos “parasitas” políticos que pretendam destruí-la.
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