Itália inicia reabertura gradual esta segunda-feira
Itália começa esta segunda-feira uma reabertura gradual, com o aliviar das restrições impostas pela covid-19 em muitas atividades, como restauração, bares, cinemas ou teatros, e o aumento da educação presencial na maioria das regiões.
Quase 50 milhões de italianos podem voltar a sentar-se para almoçar ou jantar na mesa de um restaurante ao ar livre nas 14 regiões classificadas como "zonas amarelas", enquanto das restantes, cinco estão classificadas como "laranja" ou de médio risco e apenas a Sardenha permanece como "vermelha" ou com as limitações máximas, de acordo com a última portaria assinada pelo ministro da Saúde, Roberto Speranza.
Os "ares de abertura" já se fazem sentir em cidades como Milão e Roma, onde neste sábado, a multidão a sair, animada pelas boas temperaturas, obrigou a polícia a fechar várias ruas, como a central Via del Corso, enquanto os proprietários de bares e restaurantes estão ocupados a preparar os terraços e as suas mesas.
O início do recolher obrigatório, um dos pontos de maior atrito entre o Governo e as regiões nos últimos dias, continua às 22:00 locais (20:00 GMT), embora seja revisto com base em dados epidemiológicos.
A alta pressão hospitalar, que diminuiu embora muito lentamente nas últimas duas semanas, foi o que levou o executivo de Mario Draghi a classificar praticamente todo o país de "vermelho" ou "laranja", no último mês e meio.
Uma das grandes novidades do decreto governamental que estabelece as novas disposições é que os italianos podem voltar a deslocar-se entre regiões, inclusive em áreas "vermelhas" ou "laranja", caso possuam um "certificado verde", que pode ser obtido por aqueles que completaram o ciclo de vacinação, foram curados da doença ou tiveram resultado negativo em PCR ou teste de antígeno nas 48 horas anteriores.
Cerca de 120 dos 1.200 cinemas do país vão abrir a partir de segunda-feira e vão fazê-lo com alguns filmes novos e outros que já foram lançados em plataformas como Netflix ou Amazon Prime.
Contudo, a grande maioria dos cinemas terá que esperar até, pelo menos maio, para acomodar 50% da sua capacidade, não mais do que 500 assentos ocupados.
Entre as exceções está a Ópera de Roma, que reabre as portas na próxima quinta-feira com um concerto sinfónico dirigido pelo maestro Michele Mariotti, inteiramente dedicado a Gisueppe Verdi, enquanto o Scala de Milão ainda luta por uma campanha de vacinação para seus artistas.
Os museus também anunciaram a reabertura a partir de segunda-feira.
A partir de terça-feira, e gradualmente, irá reabrir a Galeria Uffizi, em Florença, que vai abrir 14 novas salas, ou a escavação arqueológica de Pompeia.
Além disso, a partir de segunda-feira, pelo menos 7,6 milhões de alunos, cerca de 85% do total, regressam às aulas.
Dependendo da capacidade dos centros de ensino e da cor de classificação das regiões, o número ficará na faixa entre 7,6 e 8,5 milhões, de acordo com as projeções do site especializado Tuttoscuola.
A falta de garantia sobre os contágios, particularmente no transporte para os centros escolares, levou os sindicatos e o presidente das escolas, a pedir uma redução da percentagem de alunos em alguns centros, tendo em conta que as aulas terminam dentro de um mês e meio.