EMA defende administração da segunda dose da vacina da AstraZeneca
A Agência Europeia do Medicamento (EMA) defendeu hoje a administração da segunda dose da vacina contra a covid-19 da AstraZeneca, mesmo com os riscos associados à possibilidade de ocorrência de coágulos sanguíneos após a vacinação.
O diretor executivo adjunto da EMA, Noel Wathion admitiu, em conferência de imprensa, que "para as pessoas que não vão receber uma segunda dose, não há informação disponível sobre alternativas", mas foi taxativo na defesa da continuidade da administração da vacina da farmacêutica anglo-sueca AstraZeneca e reiterou que os "benefícios superam os riscos".
"A informação disponível até este momento sustenta que deve continuar a ser dada a segunda dose da vacina Vaxzevria [novo nome comercial do fármaco da AstraZeneca] entre quatro e 12 semanas após a primeira toma, em linha com a informação de produto. A informação disponível não defende atrasar ou evitar a segunda dose da vacina", clarificou o responsável da agência europeia.
Nenhum dos elementos da EMA presentes na conferência se mostrou disponível para fazer uma atualização dos dados a nível europeu sobre a ocorrência de coágulos sanguíneos raros com redução significativa de plaquetas após a vacinação contra a covid-19 com a vacina da AstraZeneca.
Apesar disso, em comunicado, a agência europeia notou que "os efeitos secundários mais comuns são geralmente ligeiros ou moderados e melhoram em poucos dias", sendo que a ocorrência destes eventos mais extremos é de cerca de um em cada 100 mil pessoas vacinadas.
"As admissões hospitalares e admissões hospitalares em unidades de cuidados intensivos evitadas com a vacinação excedem as ocorrências de coágulos sanguíneos", observou Peter Arlett, líder da divisão de análise de informação e métodos da EMA, acrescentando: "Esperamos que este trabalho ajude os estados-membros. O nosso trabalho continua e a segurança de todas as vacinas contra a covid-19 é a nossa prioridade".
Sublinhando que a vacina da AstraZeneca "é altamente eficaz" a evitar hospitalizações e morte por covid-19, Peter Arlett enfatizou ainda que os efeitos da vacinação são visíveis em todas as faixas etárias observadas nos estudos de avalização conduzidos nas últimas semanas, após novo pedido de clarificação da União Europeia.
O uso da vacina da AstraZeneca foi restringido na maioria dos países da UE devido a casos raros de trombose relacionados com a sua aplicação, sendo as suas doses administradas apenas a pessoas com mais de 50, 55 ou 60 anos, em muitos países.
A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 3.073.969 mortos no mundo, resultantes de mais de 144,6 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Em Portugal, morreram 16.957 pessoas dos 833.397 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.