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Passos escassos dos líderes mundiais conduzem mundo à catástrofe

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A organização ambientalista internacional Greenpeace defende que os "passos escassos" dos líderes mundiais em relação ao clima estão a conduzir o mundo "à catástrofe", ficando longe de garantir as metas do Acordo de Paris.

Num comunicado divulgado hoje, o primeiro dia da Cimeira de Líderes pelo Clima, que decorre online por iniciativa dos EUA, a Greenpeace defende que "apesar de um grande número de anúncios" feitos hoje, os líderes internacionais deixaram o globo "encalhado num mundo de marés a subir, glaciares a derreter e desflorestação".

"Mesmo com os novos compromissos nacionais dos EUA, Reino Unido, China, Canadá e Japão, os governos mundiais estão ainda sem definir um caminho claro e sólido em direção a um limite de 1,5º C no aquecimento global, de acordo com o legalmente estabelecido no Acordo de Paris", defende a Greenpeace.

Jennifer Morgan, diretora executiva da Greenpeace Internacional, assinalou, no comunicado, as movimentações dos governos em relação à crise climática, defendendo que estes "são capazes, mas não têm vontade de correr em direção às soluções que previnem o colapso ambiental" e permitem alcançar a meta de 1,5º C.

"Os Governos deixaram-nos à espera de ação demasiado tempo e não podem deixá-la para a COP26. Tem que haver uma urgente, justa e verde transição dos combustíveis fósseis, enquanto a natureza -- a nossa maior defesa contra a crise climática -- tem que ser protegida e restaurada", defendeu a responsável.

Já Janet Redman, da Greenpeace EUA, defendeu que os atuais compromissos da Casa Branca são insuficientes e que "a ciência e a justiça exigem que se pare com a expansão dos combustíveis fósseis imediatamente", investindo na transição para uma "economia 100% renovável".

A Greenpeace Brasil defende que o presidente norte-americano, Joe Biden, não deve assinar qualquer acordo climático com o homólogo brasileiro, Jair Bolsonaro, uma vez que a proposta de não eliminar a desflorestação ilegal antes de 2030 "não só fica aquém do que é necessário", como "não é confiável, uma vez que continua a desmantelar agressivamente" proteções ambientais e o reforço da defesa do ambiente no país.

As delegações da Greenpeace do Canadá, Reino Unido, Este asiático e continente africano concordam que os respetivos líderes mundiais devem fazer mais em defesa do clima.

O Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, convidou 40 líderes mundiais para uma cimeira destinada a preparar o caminho para a cimeira das Nações Unidas sobre o clima que se se realiza este ano em Glasgow (COP26).

Biden comprometeu-se já a cortar em metade as emissões de gases com efeito de estufa nos EUA até 2030, com o objetivo de alcançar a neutralidade carbónica em 2050.

O presidente russo, Vladimir Putin, pediu cooperação internacional na luta contra as alterações climáticas; o presidente chinês, Xi Jinping, pediu respeito pelo multilateralismo e responsabilidades diferenciadas aos países conforme a sua prosperidade económica; o presidente francês, Emmanuel Mácron, pediu maior rapidez na aplicação do Acordo de Paris; e a chanceler alemã, Ângela Merkel, disse que o país continuará a fazer a sua parte em defesa do clima.

Entre os países de língua oficial portuguesa, o Brasil comprometeu-se a pôr fim à desflorestação e a atingir a neutralidade carbónica em 2050.