Açores com 75% da população com mais de 75 anos vacinada com a primeira dose
O Governo dos Açores revelou hoje que 75% dos açorianos com mais de 75 anos já receberam uma dose da vacina contra a covid-19 e que até ao final da semana 25% da população terá uma dose inoculada.
O anúncio foi feito pelo secretário regional da Saúde, Clélio Meneses, que falava na discussão do Plano e Orçamento dos Açores para 2021, que decorre na Assembleia Regional, na cidade da Horta.
"Com a vacinação, apesar de não termos as que precisamos e desejamos, porque não nos são fornecidas pelo Governo da República, temos, no final desta semana, com a primeira dose da população elegível vacinada 25% dos açorianos, quando a média nacional é de cerca de 15%", declarou.
Ainda segundo Clélio Meneses, "75% dos açorianos com mais de 75 anos" já receberam uma dose da vacina contra a covid-19 e existem "oito ilhas sem transmissão comunitária, com casos meramente residuais nos últimos meses".
Pelos socialistas, o líder parlamentar do PS/Açores, Vasco Cordeiro, alertou para a "competição" entre o vice-presidente e o presidente do Governo Regional para "ver quem arranja vacinas" para a região e questionou o executivo sobre se estão previstas alterações ao plano regional de vacinação tendo em vista "uma maior incidência" para São Miguel, ilha que regista mais casos de covid-19.
"O plano de vacinação foi definido numa altura, definido em função da realidade que existia nessa altura, mas essa realidade alterou-se", apontou o socialista.
Em resposta, o presidente do Governo Regional, José Manuel Bolieiro, disse "dispensar a demagogia" e referiu que os critérios de vacinação não devem ser feitos num "exercício de geografia".
Contudo, ressalvou José Manuel Bolieiro, o executivo não exclui "qualquer revisitação" ao plano regional de vacinação no futuro.
"[O Governo Regional decidiu], no quadro das relações bilaterais, estabelecer outras oportunidades de pesquisa de vacinas e assim foi feito. Todos somos poucos para alcançar esse objetivo que é difícil", declarou Bolieiro.
O líder parlamentar do PSD/Açores, Pedro Nascimento Cabral recomendou a Vasco Cordeiro "falar com o camarada Augusto Santos Silva", ministro dos Negócios Estrangeiros, para que sejam estabelecidas relações com os Estados Unidos para o fornecimento de vacinas.
O líder parlamentar do Bloco de Esquerda António Lima apontou a "contradição" do Governo Regional, que em dezembro de 2020 anunciou a capacidade de ampliação de camas no hospital de Ponta Delgada para doentes com covid-19, mas que na semana passada disse estarem esgotados dois terços da capacidade de oxigénio naquele hospital.
O deputado liberal Nuno Barata sugeriu ao Governo Regional protocolar com o Hospital Internacional dos Açores (privado) o "tratamento exclusivo" de doentes com covid-19, numa vez que na unidade de Ponta Delgada existem "doentes não covid" por tratar.
Rui Martins, do CDS-PP, criticou os compromissos assumidos pelo anterior governo do PS com os profissionais de saúde em "véspera de eleições" e "em cima do joelho".
O deputado do Chega Carlos Furtado enalteceu o "empenho" e a "energia" do secretário regional da Saúde.
O parlamentar do PAN, Pedro Neves, disse que o partido irá propor um aumento do valor pecuniário atribuído para a fixação de médicos nas ilhas mais pequenas.
O Governo dos Açores, de coligação PSD/CDS-PP/PPM, é suportado no parlamento pelos partidos que integram o executivo e pela Iniciativa Liberal e pelo Chega.
Hoje, a região conta com 315 casos positivos ativos de covid-19, sendo 301 em São Miguel, sete na Terceira, cinco em Santa Maria, um nas Flores e um no Faial.
Desde o início da pandemia foram diagnosticados 4.708 casos positivos de covid-19 nos Açores, tendo recuperado da doença 4.242 pessoas e faleceram 31.
A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 3.031.441 mortos no mundo, resultantes de mais de 141,9 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Em Portugal, morreram 16.951 pessoas dos 831.645 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.