Desinfeção justificada - o que é?
A desinfeção justificada, como conceito, defende que a limpeza completa e eficaz, feita com detergentes de alta qualidade, para superfícies que não sejam de toque frequente é tão eficaz, se não mais, do que o uso generalizado de desinfetantes.
Contra tudo o que nos acostumámos a pensar neste último ano, há excessos que saem caro. Uma das maiores consequências do uso generalizado de desinfetantes em todos os momentos em que se efetua limpeza é o desenvolvimento de microrganismos resistentes. Mas não é novidade! Na medicina veterinária, por exemplo, já há muito se fala na resistência de bactérias a determinados tratamentos e é altamente recomendado que se alterne os produtos de limpeza e desinfeção, de modo a que os microrganismos não criem essa resistência.
No rescaldo da pandemia, não houve apenas um surto virológico, houve também um surto de pânico relativamente a limpezas. Mas a utilização massiva de desinfetantes traz consequências complicadas para nós e para o Planeta que não estamos a considerar. Chegou a altura de pensarmos nisso!
Apresentamos neste artigo algumas consequências da utilização massiva de desinfetantes:
- Resistência crescente de múltiplos microrganismos e bactérias: Um estudo publicado na edição de Outubro da Revista Microbiology destaca que as bactérias que vivem em ambientes protegidos (ou seja, fora do ambiente exterior), e que são repetidamente expostas a biocidas, podem desenvolver resistência aos desinfetantes.
- Poluição Aquática e uso excessivo de Papel: Com o medo da pandemia, esquecemos que há todo um planeta a precisar de ajuda. Não basta ficarmos em casa e diminuirmos os níveis de poluição massiva oriunda da constante utilização de veículos e gases emitidos para a atmosfera. A constante utilização de lixívia e uso de papel como “toalha descartável” vai trazer sérias complicações ambientais. A lixívia é um dos desinfetantes mais poderosos do mundo, mas é também um dos produtos químicos mais prejudiciais para o ambiente e para a nossa saúde. E não é de agora! Confira AQUI.
- Gasto excessivo de Produto: Pense em quantos produtos desinfetantes já se gastou com a pandemia. A utilização consciente de produtos químicos desinfetantes é imperativa. Pense bem e conscientemente: Não precisa de desinfetar a sua casa ou estabelecimento de cima a baixo – precisa, sim, de desinfetar os pontos críticos que podem eventualmente originar uma infeção.
- Aumento de alergias e doenças de trato respiratório: Os produtos químicos são químicos por algum motivo. A utilização excessiva dos mesmos deixa partículas no ar. Apesar de muitas empresas de produção química terem essa consciência e basearem a produção dos seus produtos nesse facto, há por aí muitos produtos que afetam a saúde humana e animal. Não reparamos numa primeira utilização, mas com o tempo vamos reparando. Consequentemente existe também uma deterioração do ar no interior das casas e edifícios, potenciando enxaquecas crónicas. Ventile bem e de modo natural a sua casa ou o seu local de trabalho após as limpezas. A sua saúde agradece.
- Risco acrescido para a saúde da Equipa de Limpeza: Fazem parte dos heróis invisíveis. Ninguém os vê, ninguém olha para eles, mas continuaram sendo uma das principais barreiras entre as pessoas e a pandemia. Se as pessoas comuns podem ressentir-se por estarem em contacto frequente com o cheiro deixado por determinados produtos, eles sentirão muito mais! Proteja quem assegurou a barreira de defesa para a maior parte das pessoas ficar protegida em casa!
A desinfeção justificada pressupõe, obviamente, que as diluições dos produtos sejam precisas e que os tempos de contacto sejam respeitados. Leia mais sobre esta questão AQUI.
Então afinal, que superfícies devemos desinfetar?
O ideal é desinfetar as superfícies de toque frequente. Todas as superfícies onde as nossas mãos tocam ou agarram. Aquelas que sempre se falou, desde o início da pandemia, e mais algumas que entretanto se lembre, como por exemplo, torneiras de pias, trincos de casas-de-banho, botões de alarmes ou de elevadores, telefones, corrimãos, botões de máquinas de café ou de máquinas de venda, puxadores de janelas, portas ou gavetas.
E o que não vale a pena desinfetar?
Todas as superfícies ou objetos que não estejam em contacto direto com as nossas mãos. Exemplo disso são espelhos, paredes, pavimentos, armários, cadeiras, entre outros. Lembre-se que continuamos a apostar na higienização das nossas mãos, pelo que, nesta altura, podemos continuar a manter a limpeza destas superfícies e objetos (como sempre deveríamos ter feito), mas sem a utilização excessiva de produtos desinfetantes.
E mais importante que tudo:
Se está a ponderar comprar produtos de limpeza ou desinfetantes, quer seja para a sua casa ou para o seu local de trabalho, certifique-se que os produtos que adquire são de qualidade e de confiança. Deve sempre pedir aos fornecedores a documentação que comprove a certificação dos produtos às entidades responsáveis de saúde. Peça formação, entenda o que lhe estão a vender. Faça perguntas e queira o melhor para si e para os seus.
Ficou com dúvidas?
Pergunte aos nossos especialistas!
291 930 500
Visite a nossa Página de Facebook: Seta Verde – Higiene, Lda.