África do Sul arranca campanha de vacinação com inscrição de idosos
A África do Sul deu hoje o primeiro passo na sua campanha de vacinação em massa, ao iniciar as inscrições online para os idosos receberem as vacinas a partir do próximo mês.
As pessoas com 60 anos ou mais serão vacinadas primeiro, uma vez que se encontram entre as que correm maior risco de ser hospitalizadas ou de morrer devido à covid-19.
O esforço de vacinação da África do Sul depende de os milhões de doses da vacina Pfizer-BioNTech chegarem ao país, como previsto, dentro de semanas.
Até agora, a África do Sul vacinou apenas 290.000 dos seus 1,2 milhões de profissionais de saúde, utilizando a vacina Johnson & Johnson.
No início desta semana, o governo anunciou que faria uma pausa na vacinação dos seus trabalhadores de saúde, na sequência de um relatório do regulador norte-americano do setor do medicamento (FDA) indicar que estudos preliminares referiam coágulos de sangue raros em seis pessoas, entre os quase sete milhões que receberam a vacina J&J nos Estados Unidos.
Contudo, não foram registados relatos de coágulos de sangue na África do Sul, que está a administrar a vacina de uma dose Johnson & Johnson como parte de um estudo de investigação, uma vez que a vacina ainda não foi aprovada para uso geral no país.
O ministro da Saúde sul-africano, Zweli Mkhize, disse esperar que os peritos deste país resolvam rapidamente as questões sobre a vacina J&J, para que a sua utilização possa ser retomada.
O início das inscrições online é um ponto significativo para o programa de lançamento da campanha de vacinação no país, disse Mkhize.
As pessoas que não têm acesso à internet na África do Sul serão registadas e inoculadas em vários centros de vacinação em todo o país, referiu, esclarecendo que não haverá diferença entre os utilizadores de cuidados de saúde públicos e privados.
"A qualidade dos serviços será a mesma para todos nós e o sistema atribuirá um local de vacinação mais próximo das nossas casas ou onde trabalhamos, não com base no facto de um determinado local ser uma instalação pública ou privada", afirmou Mkhize.
Solly Masombuka, um residente de 62 anos em Johannesburg, disse que estava ansioso por ser vacinado e que se registaria no sistema.
"A minha filha é enfermeira e utilizou o sistema online para se registar quando o abriram aos trabalhadores da saúde, por isso ela vai ajudar-me a registar-me", disse.
"Estou ansioso por ser vacinado, mas ainda é cedo porque só começaremos a ser vacinados daqui a um mês", prosseguiu Masombuka.
A África do Sul é o país mais atingido pela pandemia em África, com mais de 1,5 milhões de casos confirmados e mais de 53.000 mortes, representando mais de 30% dos casos comunicados e quase 50% das mortes oficiais de todos os 54 países do continente.
O país encomendou 31 milhões de doses da vacina Johnson & Johnson e 30 milhões de doses da vacina Pfizer-BioNTech, com planos para vacinar 40 milhões dos 60 milhões de habitantes, até fevereiro de 2022.
A vacina Pfizer-BioNTech, que requer duas doses e armazenamento ultrafrio, será utilizada nas cidades do país que têm melhor acesso a congeladores e à logística de administração de duas doses, enquanto a vacina J&J será administrada nas zonas rurais da África do Sul.