“Marca Madeira”
Não venho colocar mais achas na fogueira nem defender. Só fazer umas apreciações, porque este tema levanta outras questões.
Para já, a referida nova marca Madeira, para mim não encaixa, porque tratar a nossa casa, os nossos costumes e as nossas gentes como uma marca é revoltante. Não somos turistas, mas nós madeirenses também somos gente e merecemos que zelem pelos nossos direitos e bem-estar.
Não há fiscalização nos contractos celebrados pelo Governo Regional? É impressão minha ou quase tudo é por ajuste directo? Não será injusto não dar oportunidade a outras empresas entrarem num concurso público?
O Sr. Cossette veio queixar-se que aquela fonte de letra foi ele que criou e disse que o mínimo era oferecerem uma viagem gratuita há Madeira (querias!), isto tudo num aparente tom sarcástico. Se de facto foi o criador desse tipo de letra, tem razão de ficar chateado de usarem o tipo de letra como sendo original, contudo será mesmo propriedade dele? Patenteou? Se não tem patente, não é propriedade intelectual (ou o que seja) dele.
Eduardo Jesus tentou ver o lado positivo de toda esta polémica, que toda a gente está a falar sobre isto. De facto sim, mas queremos este tipo de publicidade controversa a passar pelos principais canais de turismo pelo Mundo? Esforçou-se mais para isto que para defender o direito do madeirense a não ser roubado nas viagens entre o continente e a Madeira, um problema ainda sem resolução, continuamos a ser roubados pela TAP, mas agora já não só pelo preço estrambólico das viagens, mas agora temos de salvá-la.
Gasta-se muito tempo a falar sobre o logótipo, e não ouço ninguém a falar sobre o essencial. Tornar o nosso turismo sustentável a nível ambiental. A indústria do turismo é geradora de poluição como qualquer outra indústria, e nesse sentido não vejo a fazerem nada, como por exemplo fiscalizarem as actividades recreativas pelas serras e levadas que destroem trilhos e plantas endémicas pertencentes a floresta da Laurisilva, Património Mundial e o que permite esta ilha não ser árida, por agora, e que nos permite viver e usufruir dela.
Esta “nova marca” poderia ser uma oportunidade para melhorar e muito o sistema de trabalho para os trabalhadores do turismo, como melhorar contractos, condições e direitos, outra coisa que não muda há muito.
Este como outros temas será esquecido, e eventualmente substituído como aconteceu com o busto original do CR7 na saída do Aeroporto da Madeira.
R. N.