Madeira

Financiador do CHEGA transferiu dinheiro para cinco figuras do CDS-Madeira

Grande reportagem da SIC expõe os contornos do dinheiro (29.880 euros) que chegou às contas bancárias de Rui Barreto, Gonçalo Santos, Vítor Barreto, Luís Filipe Santos e Gonçalo Camacho

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O financiador do CHEGA, César do Paço, transferiu dinheiro para cinco figuras do CDS-Madeira, incluindo o secretário regional da Economia, Rui Barreto.

Segundo revelou a Grande Reportagem da SIC, faltavam seis semanas para as eleições regionais de 2019 e o CDS-Madeira enfrentava dificuldades financeiras, tendo solicitado um empréstimos à banca, que não atava nem desatava.

O líder do CDS-Madeira acabou por conheceu César do Paço a 6 de Agosto de 2019 e escassas 24 horas depois entraram na sua conta bancária, e nas contas de outros quatro colegas de partido, um total de 29.880 euros. A transferência foi realizada pelo milionário e financiador do CHEGA.

Cada um dos centristas recebeu somas tortas, todas escassamente inferiores a cinco mil euros. Um deles, Gonçalo Nuno Santos, adjunto de Rui Barreto, na secretaria regional da Economia, recebeu a dobrar em duas contas distintas.

Em Julho de 2020, o então advogado de César do Paço exigiu a devolução integral dos 29.880 euros, num e-mail que a SIC teve acesso.

Rui Barreto respondeu 14 dias depois das questões terem sido endereçadas. Justificou a transferência pelo facto de César do Paço se ter oferecido para acorrer às necessidades urgentes do partido. O valor não chegou como donativo, mas sim como um empréstimo. Se fosse donativo, era ilegal por quase triplicar o valor previsto para as doações individuais para partidos políticos: 10.400 euros.

Para além de Rui Barreto, o dinheiro entrou nas contas do seu irmão, Vitor Barreto, de Gonçalo Nuno Santos, actual adjunto, Luís Filipe Santos, inspector da ARAE, e do presidente da concelhia do CDS-Madeira, Gonçalo Camacho.