Coronavírus Madeira

Madeira mantém plano de vacinação apesar de atraso da Johnson & Johnson

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A Madeira não prevê alterar o plano de vacinação contra a covid-19, apesar de a Johnson & Johnson ter anunciado que vai atrasar o envio do fármaco para a Europa, indicou hoje o presidente do Governo Regional.

"Não tínhamos previsto receber nenhum lote da vacina da Johnson & Johnson em maio, mas apenas em junho, e, por isso, penso que não vai haver grandes alterações", disse Miguel Albuquerque, sublinhando que o objetivo é vacinar 70% da população do arquipélago até setembro.

O chefe do executivo, de coligação PSD/CDS-PP, falava à margem de uma visita à igreja matriz de São Jorge, no concelho de Santana, norte da ilha, onde decorrem obras de restauro e requalificação e também de construção de um núcleo museológico dedicado ao barroco.

Posto de parte aligeirar de medidas a partir de amanhã na Madeira

Alterações só na testagem dos visitantes dos lares

Marco Livramento , 14 Abril 2021 - 12:34

"O nosso plano está organizado para termos a população vacinada em setembro", afirmou Miguel Albuquerque, realçando que a vantagem da vacina da Johnson & Johnson é ser de dose única.

As autoridades de saúde dos Estados Unidos recomendaram na terça-feira "uma pausa" na administração da vacina anti-covid-19 Johnson & Johnson, para permitir investigar relatos de coágulos sanguíneos potencialmente associados à toma do fármaco.

O Centro para Controlo e Prevenção de Doenças e a Food and Drug Administration (entidade reguladora de alimentos e medicamentos dos Estados Unidos) avançaram, numa declaração conjunta, estar a investigar coágulos sanguíneos detetados em seis mulheres nos dias a seguir a terem tomado a vacina desta farmacêutica, em combinação com contagens de plaquetas reduzidas.

A chegada a Portugal das primeiras 30 mil doses da vacina desta farmacêutica estava prevista para hoje, mas a Johnson & Johnson anunciou na terça-feira que vai atrasar o envio do fármaco para a Europa devido à suspensão preventiva nos Estados Unidos.

"Vamos aguardar", disse Miguel Albuquerque, considerando que o processo de vacinação está a ser prejudicado, não por causa dos efeitos adversos dos fármacos, mas devido a "guerras comerciais".

"Isto tem muito a ver com as guerras, entre aspas, entre as farmacêuticas", disse, reforçando: "Estamos a falar de percentagens residuais, como aconteceu com a AstraZeneca - 20 casos no Reino Unido, mais de 40 milhões de pessoas vacinadas. Existem mais embolias com a vacina da gripe do que com a vacina da AstraZeneca, e com a Johnson & Johnson está a passar-se a mesma coisa".

O presidente do Governo Regional da Madeira anunciou, por outro lado, que o executivo vai "aligeirar e facilitar" as visitas aos lares de terceira idade, com a realização de testes rápidos gratuitos nos centros de saúde e farmácias.

A medida resulta do facto de apenas nove dos 32 lares da região terem capacidade logística e de recursos humanos para proceder à testagem na hora da visita.

De acordo com os dados mais recentes da Direção Regional de Saúde, o arquipélago da Madeira, com cerca de 260 mil habitantes, regista 308 casos ativos de covid-19, num total 8.647 confirmados desde o início da pandemia, e 71 óbitos associados à doença.

A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.961.387 mortos no mundo, resultantes de mais de 137,4 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

Em Portugal, morreram 16.931 pessoas dos 828.857 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.