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Conferência sobre Europa preparada contra desinformação

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A plataforma digital a ser lançada a 19 de abril para permitir aos cidadãos da União Europeia participar na Conferência sobre o Futuro da Europa foi desenvolvida tendo em conta a ameaça da desinformação, garantiu hoje a Comissão Europeia.

Num debate com a comissão de Assuntos Constitucionais do Parlamento Europeu, a comissária Dubravka Suica, questionada por vários deputados sobre como prevenir abusos no fórum dedicado aos cidadãos, garantiu que tudo está a ser feito para prevenir a desinformação, o discurso de ódio e outras interferências, como os 'trols' (provocadores) ou 'bots' (aplicações para simular ações humanas).

A vice-presidente com a pasta da Democracia -- a eleita pela Comissão para copresidir ao conselho executivo da Conferência, juntamente com a secretária de Estados dos Assuntos Europeus, Ana Paula Zacarias, em representação do Conselho da UE, e com o eurodeputado Guy Verhofstadt, pelo Parlamento -, sublinhou que haverá uma equipa de moderadores, nativos de todas as línguas oficiais da UE, que "vão monitorizar constantemente os conteúdos da plataforma".

A comissária garantiu que esta equipa de moderadores estará sempre operacional e pronta a intervir rapidamente quando forem detetados conteúdos inapropriados e destacou que qualquer utilizador, ou seja, qualquer cidadão que se tenha registado para participar na plataforma digital multilingue, pode sinalizar conteúdos ofensivos.

Por outro lado, apontou, foi criado um sistema de quotas para os utilizadores, "para evitar 'trols' ou 'bots'", e a equipa de moderadores, que trabalhará sob a supervisão do secretariado do conselho executivo, terá uma atitude "reativa e proativa".

Guy Verhofstadt, por seu turno, também disse que o objetivo é "manter a plataforma limpa, de discurso de ódio, teorias de conspiração e tudo o resto", embora não seja possível garantir que tal seja conseguido "a 100 por cento".

"Esperemos não cair nos mesmos problemas do senhor [Mark]  Zuckerberg, porque a plataforma é um pouco o que o Facebook é para a sociedade", disse, estabelecendo um paralelo entre aquela rede social cofundada e presidida por Zuckerberg, e a plataforma digital, que classificou como "a rede social da conferência" ou o seu "volante".

Através da plataforma digital multilingue, que será lançada na próxima segunda-feira, os cidadãos de toda a Europa "vão poder dar a sua opinião sobre qualquer tópico que considerem importante para o futuro da UE", "apresentar as suas ideias, comentar as ideias de outros, criar e participar em eventos" para discutir o futuro da UE, anunciaram em 07 de abril as três instituições que copresidem à conferência: o Parlamento Europeu, o Conselho da UE, a que Portugal preside neste semestre, e a Comissão Europeia.

"A plataforma será o núcleo central da Conferência, um local onde todos os contributos serão reunidos e partilhados" e vai ter "um mecanismo de 'feed-back' [que] irá agregar e analisar os pontos-chave levantados para que possam ser tidos em conta", além de uma lista, e um mapa, dos eventos organizados a nível local, regional, nacional e europeu.

A Conferência terá como 'hashtag' oficial #TheFutureIsYours (O futuro está nas suas mãos).

Prevista originalmente para 'arrancar' em maio de 2020 e durar dois anos, a conferência foi adiada não só devido à pandemia da covid-19, mas também a diferenças em torno do modelo de governação deste fórum, que afinal prolongar-se-á por sensivelmente um ano, até à primavera de 2022.

A plataforma estará assim disponível ainda antes do lançamento formal da Conferência sobre o Futuro da Europa, previsto para 09 de maio, Dia da Europa, em Estrasburgo, numa cerimónia híbrida, face à persistência da pandemia da covid-19.

A Conferência sobre o Futuro da Europa é presidida pelo primeiro-ministro, António Costa, porque exerce até 30 de junho a presidência rotativa do Conselho da UE, pelo presidente do Parlamento Europeu, David Sassoli, e pela presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.