Grandes cidades europeias querem apenas carros sem emissões de gases após 2030, diz inquérito
Habitantes de grandes cidades europeias querem a circular até 2030 apenas automóveis sem emissão de gases poluentes, indica um estudo hoje divulgado, quando se assinala em Portugal o Dia Nacional do Ar.
Ainda que não tenha abrangido cidades portuguesas, o estudo, da Federação Europeia de Transportes e Ambiente (T&E), inclui 10 mil respostas de cidadãos de cidades como Madrid, Roma ou Berlim, 63% dos quais apoiou o fim da comercialização de veículos de combustão até 2030.
A propósito do estudo, mas também do dia que hoje se comemora, com o objetivo de destacar a importância da qualidade do ar, a associação ambientalista portuguesa Zero salienta os resultados do estudo da federação europeia (da qual faz parte) como mostrando que os europeus defendem e estão sensibilizados para a mobilidade sustentável, e lembra que os transportes, especialmente o rodoviário, são a principal causa da poluição do ar das cidades.
A Zero recorda que as vendas de automóveis elétricos "dispararam" em 2020 na Europa, com mudanças também a nível de políticas para o setor da energia, clima e ambiente, e diz que na Europa há agora já 10 países com planos para o fim do comércio de automóveis ligeiros movidos a gasolina ou gasóleo.
Além disso, acrescenta, a Comissão Europeia está a rever os regulamentos relativos à emissão de dióxido de carbono dos automóveis.
No inquérito da T&E destaca-se também que as medidas inovadoras quanto à mobilidade sustentável foram defendidas mais fortemente por pessoas que já tiveram a doença covid-19 ou próximas de alguém que teve.
Em termos gerais os que responderam ao inquérito defenderam como determinante para impulsionar a venda de carros elétricos os fatores preço, rede de carregamento e autonomia dos veículos.
"Este estudo mostra claramente que os europeus são a favor de uma mobilidade sustentável, e estão prontos para a abraçar", diz a Zero no comunicado.
E a propósito da qualidade do ar a organização diz ainda que avaliou os dados de concentração de dióxido de azoto, um poluente associado ao tráfego automóvel, recolhidos nos dias úteis após 15 de março na Avenida da Liberdade, em Lisboa, constatando um grande aumento da poluição na última semana relativamente às anteriores, coincidindo com o desconfinamento decorrente da pandemia de covid-19.