Ginjas, uma importante questão! (Esclarecimento)

Sinto-me na obrigação de novamente vir esclarecer a Sr.ª Dr.ª Paula Marília Figueira, porque continua a não falar verdade, não sei se por má interpretação do que leu, se por outra qualquer razão... No benefício da dúvida, inclino-me mais para a primeira hipótese. Vou então esclarecer a Sr.ª Dr.ª, e alguns eventuais leitores, que admito se sintam confundidos com o que tem vindo a lume.

Os Serviços Florestais, no ano de 1972, abriram efectivamente um caminho florestal desde a Estrada Regional de S. Vicente até ao sítio urbano-agro-florestal das Ginjas, e por aí se quedaram. (Leia sff com atenção a pág. 51).

Quando refere “terraplanagem 1500”, o que pretende dizer com isto? Pois bem, vou esclarecê-la: são 1500 metros de terraplanagem, que foi a efectuada entre a estrada de S. Vicente e o sítio das Ginjas. (Não leu correctamente, e interpretou mal a tabela da pág. 52). O caminho levianamente rasgado “à posteriori”, entre as Ginjas e os Estanquinhos, ultrapassa os 10.000 metros!...

O sítio das Ginjas e suas imediações não apresentava, nem apresenta actualmente, qualquer interesse sob o ponto de vista da conservação da natureza, razão pela qual não foi incluído na grande área protegida “Parque Natural da Madeira”. Para esclarecimento dos leitores, é no sítio das Ginjas que se encontra o actual Parque Empresarial, bem como outras infraestruturas ligadas à construção civil e não só.

A actual designação genérica de Estrada das Ginjas, deve-se ao facto de o seu percurso passar pelo sítio das Ginjas, que como se disse, não tem qualquer interesse em termos de conservação da natureza.

Está pois claro na publicação do Eng.º Eduardo de Campos Andrade, que não foi executada qualquer obra (incluindo terraplanagem), entre as Ginjas e os Estanquinhos, (embora estando projectada). Eu estava certo quando lhe disse que no livro nada constava sobre a questão das Ginjas, na forma como actualmente é designada e a encontramos.

Houve quatro grandes caminhos florestais com projecto aprovado (três na Madeira e um no Porto Santo), que por razões da conjuntura da época conturbada que o País atravessou, bem como da emergente filosofia de conservação da natureza, foram suspensos, neles se incluindo a ligação Ginjas – Estanquinhos, que posteriormente foi rasgada.

Volto pois categoricamente a afirmar que a maior devassa da era moderna inflingida à Floresta Laurissilva da Madeira, Património Mundial da Humanidade, ocorreu no Concelho de S. Vicente, entre as imediações do sítio das Ginjas e os Estanquinhos, no final da década de 70 e início da década de 80. Quem pretender contrapor este facto irrefutável, seja mais antigo ou moderno, está, necessariamente, a mentir.

Henrique Costa Neves