Profissionais da Cultura e das Artes sentem-se “desprezados, banidos e ignorados pelo Governo Regional”
Promotores da Vigília pela Cultura e Artes acusam Governo e órgão de poder de discriminação, veja o vídeo
“É chegado o momento dos profissionais da Cultura da RAM, os que sobram e os que não estão silenciados, saírem à rua em Vigília para lembrar aos órgãos governativos locais o papel vital que a Cultura tem para as sociedade manifestando-se contra forma como estes mesmos profissionais têm sido vedados à entrada, desprezados, banidos e ignorados pelo Governo Regional, pela Assembleia Legislativa da RAM, bem como pela Direcção Geral de Saúde”. Foi desta forma que Luís Pimenta, que juntamente com Marta Sofia e Ricardo Brito convocaram para esta manhã a Vigília pela Cultura e Artes da Região Autónoma da Madeira, a decorrer no Largo D. Manuel I, defronte da Sé do Funchal, se dirigiu aos presentes – cerca de duas dezenas, cerca das 10h45.
O grupo de pessoas que se reunia defronte à Catedral e que ia aumentando com o passar do tempo, participa na acção de protesto e de reflexão perante as medidas que consideram discriminatórias para a Cultura e as Artes, impostas pelo Governo Regional no âmbito das restrições de controlo da pandemia da Covid-19.
Escolheram propositadamente a Catedral do Funchal para reforçar a acção simbólica desta acção, por entenderem que “o que a fé move e a forma como não se define a si mesma, a fé, a cultura e quem as pratica”, uma vez que as igrejas, representada pelo principal espaço religioso da Região, estão autorizados a albergar até 50% da sua capacidade, enquanto as salas de espectáculos e demais espaços com manifestações culturais e artísticas, estão actualmente com lotação máxima autorizada de apenas cinco pessoas. É contra estas medidas “discriminatórias e pouco claras no sentido do combate à pandemia” que ‘protestam’ em silêncio.
Com produções adiadas e muitas vidas em pausa “até que alguém decida quando podem voltar a exercer a sua profissão com dignidade”, os promotores da Vigília pela Cultura e Artes da RAM, pretendem com esta acção agregar todos os trabalhadores do sector que, devido às medidas impostas pelo governo central e regional, revelam impossibilidade de pôr em prática a sua profissão.
Perante as desigualdades existentes nos sistemas vigentes, consideram que é chegado o momento dos profissionais da Cultura da RAM, “os que sobram e os que não estão silenciados, saírem à rua”, razão da realização desta Vigília.
Reparos também dirigidos à comunicação social “que não tem sido suficientemente curiosa e diligente para questionar as ocas estratégias do Governo Regional em reduzir os impactos drásticos da pandemia no sector, já de si ignorado e reprimido”, afirmou.
Entre as mais de duas dezenas de participantes que marcavam presença na Vigília, meia hora depois desta ter começado (10h30) com apenas 9, destaque para as presenças de Dina Letra, vereadora na Câmara Municipal do Funchal, e de Elisa Seixas, deputada do PS na ALM.