Eleições Autárquicas Madeira

Professora concorre pela terceira vez na Calheta sem objectivo de ganhar

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Sofia Canha, que encabeça pela terceira vez a lista do PS/Madeira às autárquicas na Calheta, conforme o DIÁRIO avançou a 8 de Março. A professora diz não ambicionar ganhar as eleições, tendo por objetivo utilizar "todos os instrumentos" disponíveis para suscitar o debate sobre os problemas concelhios.

"Temos de ter objetivos concretizáveis e não tenho o objetivo de ganhar as eleições agora", declarou à agência Lusa a candidata socialista à presidência daquele município na zona oeste da Madeira.

Sofia Canha, que foi também presidente do Sindicato dos Professores da Madeira (SPM), destacou ser necessário "saber fazer uma leitura da realidade, com racionalidade", sublinhando ser difícil vencer "o conformismo" que caracteriza a população daquele município, governado há cerca de 40 anos pelo PSD.

Recordando que encabeçou as candidaturas do PS nas autárquicas de 2009 e 2017, a professora assegurou: "Não estou na política com uma atitude de competição, mas de colaboração e visando contribuir para a resolução dos problemas".

No seu entender, a atividade política deve ser desenvolvida de "forma séria e respeitadora".

Sofia Canha, que é também deputada na Assembleia Legislativa da Madeira e a única vereadora do PS no município, defendeu ser mais importante "mostrar consistência" na atuação política, porque "o mais difícil é mudar mentalidades".

Por isso, realçou que pretende "trazer ao debate" os problemas que considera importantes da Calheta, opinando que têm sido "dados alguns passos" importantes no desenvolvimento daquele concelho, mas marcados "por uma falta de visão de futuro".

Na Calheta, sublinhou, há "uma mentalidade instalada, de confundir as instituições com os partidos" e, como aquele é um meio onde todos se conhecem e "são amigos", as pessoas optam "por seguir a onda".

A cabeça de lista mencionou que a autarquia tem dado apoios na área dos projetos culturais, "quando lhe é pedido, mas não há um projeto de futuro" nesta área que envolva a população, sobretudo os mais jovens.

"Na área social, também têm tido iniciativas próprias louváveis", referiu, acrescentando, contudo, que muitas das obras que se realizam são por iniciativa do Governo Regional ou de privados e não desencadeadas pelo poder municipal.

Outras medidas que considera importantes para o concelho são as acessibilidades aos miradouros e uma maior aposta na "reabilitação de culturas ancestrais", como o pastoreio, a produção do trigo e do linho.

O concelho da Calheta, composto pelas freguesias do Arco da Calheta, Calheta, Estreito da Calheta, Prazeres, Fajã da Ovelha, Ponta do Pargo, Jardim do Mar e Paul do Mar, abrange uma área de 116 quilómetros quadrados (15% da área da ilha da Madeira) e nele habitam 11.521 pessoas (Censos 2011).

O executivo municipal foi sempre governado pelo PSD, sendo agora composto por cinco vereadores sociais-democratas, um do CDS e outro do PS.

Nas autárquicas de 2017, o PSD venceu com 4.392 votos (65,45%), o CDS obteve 16,06% (1.076 votos) e o PS surgiu em terceiro lugar com 13,16% (883 votos), seguindo-se o PCP e o PTP, que tiveram o mesmo resultado: 86 votos, o que correspondeu a 1,28%.

Segundo a lei, as eleições autárquicas decorrem entre Setembro e Outubro.