Prolongamento do recolher obrigatório "aumenta o calvário" da restauração na Madeira
ACIF fala numa situação cada vez mais aflitiva
O prolongamento do recolher obrigatório no arquipélago da Madeira até 12 de Abril, decretado pelo Governo Regional, é "aumentar o calvário" do sector da restauração, bares e similares, disse hoje a Associação do Comércio e Indústria do Funchal.
"A situação é cada vez mais aflitiva, o calvário é cada vez maior e quem vai sair mais prejudicado é a economia", afirmou à agência Lusa o presidente da Associação de Comércio e Indústria do Funchal - Câmara de Comércio e Indústria da Madeira (ACIF-CCIM), Jorge Veiga França.
O Governo da Madeira decidiu prolongar até 12 de abril o recolher obrigatório na região e retomar as aulas presenciais no ensino secundário e no 3.º ciclo nos dias 08 e 12 de abril, respetivamente.
Assim, continua em vigor até às 23:59 do dia 12 de abril o recolher obrigatório entre as 19:00 e as 05:00 do dia seguinte, durante a semana, e entre as 18:00 e as 05:00, ao fim de semana e feriados.
No arquipélago, as atividades comerciais, industriais e de serviços, tal como a restauração, encerram durante a semana às 18:00 e aos fins de semana às 17:00, sendo que o horário de entrega de refeições ao domicílio decorre até às 22:00, todos os dias da semana.
Jorge Veiga França referiu que a ACIF-CCIM, transmitindo a preocupação dos seus associados da Mesa da Restauração e Similares, enviou uma missiva ao presidente do Governo Regional, Miguel Albuquerque, solicitando uma revisão do horário de serviço das refeições, para que este se prolongasse até pelo menos às 21:00, de "modo a mitigar as dificuldades que atravessam".
A resposta de Miguel Albuquerque, disse Jorge Veiga França, foi a de que o Governo Regional acompanha e toma quinzenalmente as decisões quanto às repercussões da pandemia em consonância com as orientações da autoridade de saúde e que, com a abertura das escolas, não era conveniente aligeirar o recolher obrigatório, porque "era juntar dois em um".
"Eu compreendo que ele tenha esta política, é uma política eventualmente acertada, entendendo que as autoridades da Saúde têm também uma responsabilidade acrescida, mas, de facto, se fosse possível mitigar um pouco mais esse penar dos restaurantes e similares, mantendo mão pesada no incumprimento, porque há sempre abusos, isso seria bom para este setor que está tão, tão prejudicado e em baixo. Muito poucos vão resistir", observou.
A Madeira registou na quarta-feira 22 novos casos de covid-19, 37 recuperações e 86 situações suspeitas, segundo os dados da Direção Regional de Saúde.
O total de infeções ativas no arquipélago é de 411, com 16 doentes hospitalizados.
A região autónoma passou, assim, a contabilizar 8.378 casos confirmados de infeção por SARS-CoV-2 desde o início da pandemia.
A Madeira regista também um total de 71 óbitos associados à doença.