Madeira

Os heróis e os ridículos

None

Boa noite. E que noite!

1. O futebol português vive mais uma noite épica graças aos dois golos de Sérgio Oliveira, à excelência de um guarda-redes que faz a diferença, a um central chamado Pepe e à capacidade de sofrimento de uma equipa reduzida a 10 durante grande parte de um jogo que teve bem mais do que 120 minutos.

Parabéns ao FC Porto pela passagem aos ‘quartos’ e pelo encaixe financeiro de 10 milhões de euros. É dinheiro que entra em Portugal, a menos que fique noutros paraísos. Apesar dos ‘fogos’ libertados na vizinhança, ainda não ganhou a ‘Champions’, mas para lá caminha ao contrário do seu adversário milionário desta noite e do desinspirado madeirense melhor jogador do mundo.

2. Quem tinhas dúvidas que a proposta do governo socialista para o Centro Internacional de Negócios é descabida - no que concerne à obrigatoriedade as empresas licenciadas só beneficiarem de uma taxa reduzida de IRC de 5% nos lucros gerados na Região quando houver criação e manutenção de trabalho dependente de pessoas com residência fiscal na Madeira – hoje deve ter ficado esclarecido.

"Vivemos numa época em que o exercício efectivo das funções dos trabalhadores na Região não faz qualquer sentido, para além que contraria as regras da livre circulação de trabalhadores", afirmou a administrador da SDM Clotilde Palma, expondo ao ridículo os que, por exemplo, acham ser possível exigir aos trabalhadores de transportes marítimos registados no MAR que só podem exercer as suas funções na Região, porventura em terra.

Quem acha que na era do teletrabalho, dos webinars e dos nómadas digitais ainda é possível conceber toda a lógica laboral segundo os velhos manuais parou no tempo.

3. A Madeira já registou 7.671 casos de covid-19 e 67 mortes. Contudo, hoje, e pela primeira vez desde o início da pandemia, os números das autoridades regionais de Saúde são inferiores às 7.866 infecções anunciadas pela DGS, entidade que apenas dá conta de 63 óbitos. Em termos de casos, está feito então o previsível encontro de contas, por excesso, é certo, mas que a partir de agora é inexplicável. Alguns até podem achar que somos superiores, mas não valemos por dois, mesmo estando em todo o mundo.

Mau grado as diferenças nas contagens que continuam a não estar claras e a gerar fundadas suspeitas, para desgostos dos justiceiros das redes, não deixaremos de dar os boletins epidemiológicos de uns e de outros. Era o que faltava privar quem nos segue das discrepâncias que tanto dão que falar.