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Marcelo considera parcialmente injusta a crítica à gestão da pandemia

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O Presidente da República considerou hoje parcialmente injusta a crítica à gestão da pandemia de covid-19 pelo que não se antecipou e não se resolveu, mas que aos responsáveis cabe assumir tudo, o possível e o impossível.

No seu discurso de posse para um segundo mandato, na Assembleia da República, Marcelo Rebelo de Sousa descreveu o último ano como "demolidor para a vida e a saúde, o emprego e os rendimentos, os planos e as realizações", com "duas pandemias", uma sanitária e outra económico-social.

"Por isso, é justa a indignação dos sacrificados pelas duas pandemias. Mas, também por isso, é parcialmente injusta a recriminação feita a tudo o que não se antecipou, não se evitou, não se resolveu. Nuns casos era possível, noutros não seria. Os trucidados pelas pandemias têm o direito a ver o poder existente como tábua de salvação e como muro das suas legítimas lamentações", afirmou.

Segundo o chefe de Estado, "os responsáveis durante as pandemias só podem assumir tudo, o possível e o impossível, sabendo que nada nem ninguém pode dar a quem perdeu o irreparável, o que não tem preço nem tem retorno".

Marcelo Rebelo de Sousa candidatou-se a um segundo mandato assumindo a "responsabilidade suprema" pela gestão política do combate à covid-19 em Portugal e declarando-se por isso "sujeito ao escrutínio dos portugueses".

Nas eleições presidenciais de 24 de janeiro passado, foi reeleito com votação reforçada, correspondente a 60,67% dos votos expressos.

Na intervenção que fez hoje perante a Assembleia da República, realçou que "pela primeira vez em democracia um Presidente da República toma posse em estado de emergência".

Relativamente ao combate à propagação da covid-19 em Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa defendeu que há que "estancar o número dos nossos mortos, baixar a contaminação, ampliar a vacinação, a testagem e o rastreio, evitar nova exaustação das estruturas de saúde e dos seus heróis, desconfinar com sensatez e sucesso".

"Reduzir o temor, reforçar a confiança, recuperar os adiamentos nos doentes não covid, estabilizar o Serviço Nacional de Saúde (SNS), permitir de forma duradoura a reconstrução da vida das pessoas", completou, apontando estes objetivos como a sua prioridade "mais imediata" e prometendo atuar "em espírito da mais ampla unidade possível, num tempo de inevitáveis cansaço e ansiedade".