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Oposição agradece aos EUA por oferecer asilo temporário a venezuelanos

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A oposição venezuelana agradeceu hoje ao Presidente dos Estados Unidos de América (EUA), Joe Biden, por conceder asilo temporário a dezenas de milhares de refugiados que abandonaram Caracas fugindo da crise política, económica e social que afeta a Venezuela.

"Em nome do povo venezuelano, agradeço ao Governo dos EUA, em particular ao Presidente (Joe) Biden e à Vice-Presidente (Kamala) Harris por este importante passo que reconhece a dignidade e a humanidade de todos os venezuelanos", diz o líder opositor Juan Guaidó em um comunicado.

O documento, divulgado em Caracas, sublinha que "os venezuelanos que se viram forçados a fugir para os Estados Unidos por temer perder as suas vidas agora podem dormir mais tranquilos, sabendo que os EUA se solidarizam com o nosso povo".

"O presidente Biden, e a vice-presidente Harris entendem claramente que mais de 5 milhões de venezuelanos foram obrigados a fugir da emergência humanitária no nosso país (...) a segunda no mundo, apenas superada pela diáspora da Síria. No contexto, isso seria que quase sete vezes a população de Washington, D.C. fugisse da sua cidade em dois anos", explica.

Segundo Guaidó o TPS "é importante para os venezuelanos e para o mundo" e reafirma a posição dos EUA "a favor da democracia na Venezuela".

"É também uma mensagem importante para a comunidade internacional de que a ditadura de (Nicolás) Maduro causou a maior crise humanitária e de segurança regional no Hemisfério Ocidental", explica, recordando que milhões de venezuelanos fugiram também para países vizinhos e do mundo.

Guaidó diz ainda que a oposição venezuelana está comprometida em acabar com a crise humanitária na Venezuela e acusa o Governo venezuelano de usar a ajudar humanitária "como arma de repressão".

"Trabalhamos para uma solução política, a longo prazo, com eleições livres, justas e transparentes, respeitando as normas internacionais e com supervisão internacional".

Os Estados Unidos anunciaram segunda-feira que vão conceder asilo temporário a cerca de 145 mil refugiados venezuelanos, devido aos "tumultos" no país governado por Nicolas Maduro, de onde fugiram já quatro milhões de pessoas.

"As condições de vida na Venezuela revelam um país em tumulto, incapaz de proteger os seus próprios cidadãos", afirmou hoje o secretário norte-americano para a Segurança Interna, Alejandro Mayorkas, em comunicado em que anunciou a decisão da Administração.

Cidadãos venezuelanos a viver nos Estados Unidos poderão beneficiar do estatuto de proteção temporária (TPS, na sigla em inglês), por 18 meses, até 9 de setembro do próximo ano.

O estatuto TPS permite a estrangeiros residir e trabalhar nos Estados Unidos, se os seus países de origem forem devastados por desastre natural ou guerra, e as autorizações estendem-se até haver condições para o seu regresso. 

Segundo as Nações Unidas, nos últimos anos quatro milhões de venezuelanos abandonaram o seu país, sobretudo para países vizinhos como a Colômbia, devido à crise económica e insegurança.

A Administração de Donald Trump havia já oferecido em janeiro proteção aos refugiados venezuelanos, ao abrigo de um programa de autorização de permanência, sendo na altura o seu número estimado pela AP em 145 mil pessoas.

Na semana passada, o líder opositor venezuelano Juan Guaidó pediu a união da população para exigir a entrada do Programa Alimentar Mundial (PAM), da ONU, na Venezuela, para ajudar a enfrentar a crise, sublinhando que cada vez há mais pobreza extrema.

"Faço um apelo, novamente às organizações não-governamentais, à sociedade civil e aos milhões de venezuelanos que hoje não têm alimentos diariamente, para começar a exigirem a entrada do PAM na Venezuela", disse durante uma conferência de imprensa em Caracas.