Juan Guaidó e secretário de Estado dos EUA em primeiro encontro virtual
O líder opositor venezuelano, Juan Guaidó, anunciou hoje que conversou, na terça-feira, por videoconferência, com o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, naquele que foi o primeiro contacto desde que Joe Biden assumiu a presidência dos EUA.
"Estivemos a conversar com o secretário de Estado [Antony Blinken], e também com o ministro de Relações Exteriores do Canadá [Marc Garneau], como parte da agenda de alianças internacionais para resgatar a democracia", disse Juan Guaidó aos jornalistas.
Guaidó explicou que a oposição venezuelana e os EUA estão a tentar "aumentar a pressão sobre o regime" do Presidente Nicolás Maduro, procurando também "alternativas à emergência humanitária complexa, com o sistema Covax [plataforma de acesso às vacinas contra a covid-19, da Organização Mundial da Saúde], para a vacinação e atenção aos migrantes" venezuelanos.
Em comunicado posterior, Guaidó disse ter expressado o seu "compromisso" em "trabalhar em cooperação com os Estados Unidos e outros aliados, para parar o sofrimento" dos venezuelanos, "aumentando significativamente a assistência humanitária" ao povo da Venezuela.
"A Venezuela pode resolver os seus próprios problemas, mas apenas quando o seu povo puder estabelecer um governo através de eleições livres e justas que incorporem e usem os padrões internacionais de transparência, pluralismo e autodeterminação", afirmou.
Na nota, indica-se que a conversa com Blinken incidiu ainda sobre os "esforços para trabalhar com aliados com ideias afins, incluindo a União Europeia, o Grupo Lima, a Organização dos Estados Americanos e o Grupo de Contacto Internacional, para aumentar a pressão multilateral e impulsionar uma transição pacífica e democrática".
"As necessidades humanitárias urgentes" que forçaram quase 5,5 milhões de venezuelanos a abandonar o seu país também foram abordadas.
"O secretário Blinken aplaudiu os esforços para encontrar soluções para aliviar o sofrimento (dos venezuelanos) e comprometeu-se com o apoio contínuo dos Estados Unidos", frisou Guaidó, citado no comunicado.
A crise política, económica e social na Venezuela agravou-se desde janeiro de 2019, quando o presidente do parlamento, o opositor Juan Guaidó, jurou publicamente assumir as funções de presidente interino do país até afastar Nicolás Maduro do poder, convocar um governo de transição e eleições livres e democráticas no país.