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A disputa na UMa: alguns desafios e reflexões

É já daqui a alguns dias que decorrerá a eleição para Reitor(a) da Universidade da Madeira (UMa). Tendo-me licenciado na nossa Universidade é natural que não me seja indiferente tal disputa eleitoral porquanto é cada vez maior a importância da UMa para a nossa Região, enquanto pólo de Formação Superior, de Saber e de Investigação. Não escondo a minha preferência por uma eventual vitória da Professora Doutora Jesus Maria Sousa. Por várias razões: porque conheço bem o seu trabalho enquanto Docente, Investigadora, ex-Vice Reitora e Professora Catedrática da Faculdade de Ciências Sociais da nossa Universidade, porque sei do rigor e qualidade científica que coloca em todos os trabalhos que tem desenvolvido ao longo das últimas décadas e, não menos importante, pelo reconhecimento da excelência do Seu trabalho, não só por parte da nossa Academia, mas também a nível internacional, seja na Europa, África ou em várias Universidades da América Latina com as quais tem colaborado. Se for eleita, será a primeira Mulher à frente dos destinos da Universidade da Madeira o que não deixaria de ser importante. Tenho também respeito e consideração académica pelo outro Candidato, o Professor Doutor Sílvio Fernandes. Independentemente de quem seja o(a) próximo(a) Reitor(a) é fundamental que a UMa, com mais de três décadas de existência, dê o salto que precisa dar. Necessitamos diversificar a oferta formativa, com a criação de novas licenciaturas que vão ao encontro das reais necessidades da nossa realidade regional: é fundamental apostar na reabertura da licenciatura em Serviço Social, por exemplo, curso que incompreensivelmente deixou de funcionar há quase uma década. Por outro lado, é fundamental garantir que os mestrados relacionados com a Educação Social, Educação Sénior, Desenvolvimento e Intervenção Social e Comunitária venham a ser realidade, num futuro próximo. Não, apenas, porque são áreas interessantes do ponto de vista académico e científico mas, fundamentalmente, porque a Madeira precisa, cada vez mais, de Trabalhadores Sociais qualificados, tendo em conta as respostas que necessitamos dar a uma população cada vez mais empobrecida, envelhecida e mais frágil. Noutro âmbito, precisamos de respostas urgentes ao nível de uma maior atenção a quem enveredou pelos cursos técnicos superiores profissionais (CTESP’s) e quer continuar a sua formação superior. Quantas licenciaturas temos que se assumem como potenciais ‘continuadoras’ da formação superior ao nível do CTESP’s?! Porque não tentamos criar, por exemplo, uma licenciatura em gastronomia, como existem noutras Instituições de Ensino Superior, que dê continuidade e valorize o esforço dos alunos dos CTESP’s de Produção Alimentar e Cozinha, o que faria todo o sentido numa Região turística como a nossa?! Como garantir continuidade para uma licenciatura aos alunos do CTESP em Serviço Familiar e Comunitário, que valorize a formação que estão a levar a cabo e lhes garanta maiores competências na sua área?! Como valorizar ainda mais esta importante aposta no Ensino Superior Profissional, no sentido de tudo fazer para que estes cursos deixem de ser vistos e considerados os ‘parentes pobres’ da nossa oferta formativa?! Enfim, breves e simples reflexões, de um leigo, sobre os caminhos que a nossa Universidade ainda precisa trilhar para reforçar a excelência académica e científica de que já é detentora. A todos um bom trabalho!