Governo português está a trabalhar com UE para acelerar vacinação em África
O secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e Cooperação garantiu hoje que Portugal está a trabalhar no plano europeu para que a União Europeia (UE) tome medidas adicionais para acelerar a vacinação designadamente em África.
Francisco André falava à agência Lusa a propósito da doação de Portugal a Cabo Verde, Guiné-Bissau e São Tomé e Príncipe de 60.000 testes PCR para testagem da covid-19 e respetivos 'kits' de extração.
A oferta, que começa hoje a ser entregue nos respetivos países, faz parte da segunda fase do "Plano de Ação na resposta sanitária à pandemia Covid-19" entre Portugal e os Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP) e Timor-Leste, promovido pelo Governo português.
A iniciativa, através dos ministérios dos Negócios Estrangeiros e da Saúde, prevê o apoio aos países nas áreas de testagem, formação e capacitação e no envio de equipamentos de proteção individual e na vacinação.
Cada um destes países receberá 20.000 testes doados por Portugal, com Cabo Verde e a Guiné-Bissau a receber este material ainda hoje e São Tomé e Príncipe no sábado.
Segundo Francisco André, este apoio vai continuar e é objetivo do Governo português ir respondendo consoante as necessidades manifestadas pelos respetivos Estados.
"Trabalhámos com estes países desde a primeira hora e, não obstante os momentos difíceis que fomos atravessando no combate à pandemia, nunca deixámos de cooperar e ser solidários", afirmou.
O secretário de Estado recordou ainda que Portugal "já fez o anuncio do compromisso de disponibilizar 5% das vacinas que comprou, e que estão encomendadas, para a cooperação com os PALOP e Timor-Leste".
"Esse é um compromisso muito importante. Houve poucos países no âmbito europeu que o tenham feito e nós já assumimos esse compromisso", acrescentou.
O governante, consciente que estes 5% "não serão suficientes para vacinar todas as pessoas nesses países", adiantou que o Governo português tem estado "a trabalhar no plano europeu para que a União Europeia tome medicas adicionais para acelerar o processo de vacinação no resto do mundo".
"E designadamente em África, que tem sido um ponto prioritário para Portugal desde sempre, enquanto Estado-membro da UE e durante este semestre enquanto presidência portuguesa da União Europeia", acrescentou Francisco André.
África registou nas últimas 24 horas mais 329 mortes por covid-19, para um total de 105.001 desde o início da pandemia, e 12.273 novos casos de infeção, segundo os dados mais recentes oficiais da pandemia no continente.
De acordo com o Centro de Controlo e Prevenção de Doenças da União Africana (África CDC), o número total de infetados nos 55 Estados-membros da organização é de 3.937.028 e o de recuperados nas últimas 24 horas é de 10.701, para um total de 3.512.473 desde o início da pandemia.
A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.570.291 mortos no mundo, resultantes de mais de 115,5 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Em Portugal, morreram 16.486 pessoas dos 808.405 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.